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EQUILIBRAÇÃO

A equilibração reúne um conjunto de aptidões estáticas e dinâmicas, abrangendo o controle postural e o controle e o desenvolvimento sobre o indivíduo.

O nível de organização neurológica da equilibração envolve essencialmente o tronco cerebral, o cerebelo e os gânglios da base, estruturas que cabem dentro da primeira unidade funcional do modelo de Luria.

 Segundo Quirós & Schranger (1979) do ponto de vista biológico a possibilidade de se manter posturas, posições e atitudes, indicam a presença de equilíbrio. Em psicomotricidade chamamos de equilibração a área básica para o automatismo da movimentação da criança, seja ela estática ou dinâmica. Uma das principais aptidões da equilibração é o controle postural (domínio da gravidade) e o desenvolvimento das aquisições de locomoção (marcha). O sistema vestibular, por meio de informações tônicas, tátil-cinestésicas, visuais e auditivas, organiza-se, dando ao indivíduo um controle postural que interage com a ação permanente da gravidade (Quirós, 1979). A Partir do desenvolvimento da tonicidade e da equilibração, o indivíduo adquire a postura bípede, possibilitando a liberação das mãos que, juntamente com a capacidade de exploração ocular e a aquisição da marcha, inaugura um momento de grande aprendizagem sensório-motora e de atividade simbólica.

A equilibração é possibilitada em dois estados.

Equilíbrio Estático: capacidade de manter certa postura sobre uma base de sustentação.

Equilíbrio Dinâmico: Orientação controlada do corpo em situação de deslocamento no espaço com os olhos abertos.

Pela equilibração, a criança é capaz de se locomover e então explorar todos os objetos e relações que necessita para sua aprendizagem. A equilibração dá ao indivíduo a sua verticalidade e a sua diferenciação como espécie humana. A criança com sua equilibração adequada executa suas atividades com menor esforço e desgaste, mantendo uma movimentação harmoniosa e coordenada.

Porém, em qualquer idade, vai sempre existir alterações na equilibração, haverá uma redução na capacidade de adquirir novas experiências e informações, com todos os aspectos necessários à aprendizagem. A estabilização do corpo, por meio da equilibração, em dos fatores que possibilitam a abertura dos canais apropriados para as aprendizagens diárias.

A postura bípede deve submeter-se às leis do equilíbrio, para isso, inumeráveis reflexos posturais de origem filogenética devem intervir assim que o deslocamento e a flutuação do centro de gravidade se observa, exatamente para provocar mudanças posturais corretivas, desencadeadas pela ação dos receptores labirínticos, visuais e somaestésicos. (Fonseca,2004, p.67).           

A primeira unidade funcional constitui a base sobre a qual as estruturas mais complexas irão se apoiar (codificação e planificação). Apesar de, nesta unidade, estar a base para outras aquisições, ela não está completa ao fim da verticalidade do indivíduo, ela continua, sim, a ajustar o sistema postural, tornando-o prático. 

Segunda Unidade Funcional De Luria 

É a unidade responsável pela maioria das aprendizagens precoces, sejam tônico-emocionais ou posturais e motoras (quando envolve as áreas primárias), e mais tarde pelas aprendizagens pré-escolares e escolares (quando se envolvem as áreas secundárias e terciárias).

É uma unidade funcional essencialmente constituída pelas zonas hemisféricas posteriores dos lobos occipitais (visão), temporais (audição) e parietais (tátil-sinestésica), e é composta por áreas primárias, secundárias e terciárias.

  • Áreas primárias – são áreas de recepção sensorial que estão em estreita conexão com a periferia corporal e com os órgãos sensoriais, predeterminadas geneticamente e sem diferenciação hemisférica, cuja disfunção causa cegueira ou surdez cortical, dado que representam o início da integração cortical.
  • Áreas secundárias – são áreas de análise, síntese retenção e de integração da informação intrasensorial específica, recebida das áreas primárias com base em processos perceptivos simultâneos e sequenciais já especializados hemisfericamente, onde se verifica a ocorrência de múltiplos processos de discriminação e de identificação, de associação e de categorização de dados intra e intersensoriais.
  • Áreas terciárias – essencialmente localizadas no lobo parietal de ambos os hemisférios, são áreas responsáveis pela integração sensorial crosso-modal e simultânea, em oposição à integração sequencial característica das áreas secundárias.

A segunda unidade compreende a lateralidade, noção de corpo e estruturação espaço temporal.