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DESENVOLVIMENTO CRONOLÓGICOS PSICOMOTOR

Durante o processo de maturação e desenvolvimento da criança os ganhos funcionais, cognitivos e relacionais se entrelaçam e se suportam, definindo um perfil psicomotor individual ao sujeito. Porém, mesmo que existem padrões de desenvolvimento, os quais definem que certas competências são adquiridas em um determinado período, as experiências individuais que a criança troca com o seu meio é que vão definir a qualidade e eficiências destas aquisições. A criança passa por estágios maturacionais que segundo Piaget (1970), estas aquisições são cumulativas, ou seja, as habilidades adquiridas nos estágios anteriores não são perdidas a caminho do novo estágio.

O Recém-nascido: Não realiza movimento voluntário organizado, ele apresenta reações automático-reflexivas. É necessário perder estes automatismos para readquiri-los de modo intencional através de informações sensoriais e manobras exploratórias geradas pelo desejo.

O deslocamento de pessoas é percebido pelo bebê aos dois meses, fazendo-o sorrir. Faz brincadeiras com as mãos examinando-as e com isso surge o interesse pelas pessoas e por si mesmo.

Aos três meses, mantém a cabeça ereta quando sentada, involuntariamente sacode um chocalho, por fazer sorri para o outro e seus sons vocálicos são mais prolongados estabelecendo a primeira comunicação através do sorriso recíproco e sai do estágio de reflexo mesmo se ainda não faz gestos intencionais.

Aos quatro meses: Consegue tocar objetos, aproximando-os, ri alto, esconde o rosto nos lençóis e já se volta com a cabeça quando alguém o chama, fazendo com que sua orientação espacial seja trabalhada e conseguida.

Com cinco meses: tendo um objeto que ela consegue pegar, manipula-o. Com apoio, conserva-se sentada. A exploração espacial começa a constituir-se e consegue ver o conjunto do corpo do outro, portanto, a apreensão é desenvolvida.

Aos seis meses: a criança passa à alimentação sólida e usa a colher. Ela utiliza o seu corpo e os objetos.

No oitavo mês: provoca os objetos caídos e começa a brincar de esconde-esconde e de jogar para longe os objetos. Reage negativamente à ausência da mãe ou mesmo a um rosto estranho quando não a satisfaz. Sua mãe já é personalizada e identificada.

Aos nove meses: mantém-se em pé com apoio. Sua linguagem é composta de uma palavra de duas sílabas e essa palavra serve para dar nome a tudo. Colocando-se em pé sozinha bebendo com um copo, repetindo um som escutando e parando o que faz, ao ouvir uma ordem, acontece aos dez meses.

Com um ano, a criança anda com ajuda e sua linguagem passa a ser constituída por três palavras. Mais tarde, com um ano e três meses anda sozinha, seu vocabulário passa a ser de nove palavras, sendo uma linguagem de ação. As frases são construídas, adquire a noção de totalidade corporal dando nome a duas imagens, com um ano e nove meses, isto é adquirido.

Aos dois anos: começa a realizar exercícios diariamente, conseguindo a fixação através deles e, mais tarde, o funcionamento dos movimentos aprendidos recentemente como, por exemplo, o andar e a habilidade manual. Articula palavras e frases e há o controle dos esfíncteres, continuam os movimentos associados, manifestando as sincinesias manuais e digitais. São marcados pelo fortalecimento da posição de pé, e depois o andar. Durante este período, é normal que ocorra imprecisão geral de movimentos ede controle manual deficientes.

Com dois anos e dois meses: já consegue nomear as partes do corpo através de um desenho.

Aos três anos: a coordenação dinâmica manual está progredida e existe exatidão nas atividades manuais, como segurar o lápis com preensão e os gestos mais diversificados, permitindo o aperfeiçoamento da coordenação visomotora. A criança já consegue imitar um desenho sem muitos traçados e tenta fazer um boneco mais aperfeiçoado.

A coordenação ocular desenvolvida torna possível à criança com esta idade construir uma ponte com três cubos ou uma torre com mais cubos com equilíbrio no movimento fino.

Com quatro anos: o conhecimento da criança para vestir-se e despir-se sozinha, manusear a tesoura, o lápis abotoar e desabotoar, amarrar e desamarrar o sapato e dar laços já é evidenciado. Os movimentos de preensão ocorrem em forma de pinça, mas não há ainda a dissociação manual.

Esses movimentos de pinça são alcançados através de tarefas onde os dedos são mais valorizados. Essa tarefas são bem realizadas na pré-escola, onde ocorre a maturação intelectual e motora, na qual se apoiam as duas funções esboçadas nos três primeiros anos.

A criança de quatro a cinco anos, no começo do pré-escolar, adquire a precisão de movimentos lentamente, e é através de atividades de pouco deslocamento. Por si mesma, a criança de cinco a seis anos inicia a realização de certas tarefas, independentemente, adquirindo assim um sentido de responsabilidade.

Já há controle nos exercícios complexos, pois através dos movimentos exigidos solicitará dela um esforço enorme de caráter psicomotor. A atenção será importante neste momento, onde facilitará a capacidade motora de uma acomodação postural para o ato da escrita e o manejo bimanual dos movimentos que deve usar. Nesse momento, as dissociações manuais e digitais já se afirmam e a flexibilidade dos músculos da mão, juntamente, com a dissociação manual permite o manejo simultâneo e correto do lápis e do caderno.

Esses mecanismos são desenvolvidos com a integração da coordenação visomotora, da dinâmica manual e da atenção estabilizada ao nível suficientemente para poder fixar e sustentar a aprendizagem, permitindo à criança realizar complicadas aquisições, naturalmente, e desenvolvendo os aspectos intelectuais e motor. Um ritmo normal em todos os movimentos e uma precisão marcada dos gestos é percebido quando a criança está no final dos seis anos.

SAIBA MAIS

Ao nascer, os movimentos são de reflexos, alguns desaparecem e outros evoluem até a adolescência. A partir do primeiro mês, começa a distinguir cores e formas e até mesmo o olhar do outro. É capaz de parar de chorar quando alguém se aproxima, havendo uma reação entre a criança e o ambiente humano, fazendo com que a socialização seja situada precocemente.