Território: é o espaço definido por relações de poder de um grupo ou do Estado, por exemplo. Em outras palavras, é a base espacial de um grupo social.
Ao examinar as necessidades fundamentais e usos do território, podemos distinguir dois pontos de vista: “o do produtor que necessitará de equipamentos de infraestrutura, de informações, de inovação, de amplas instalações e a do cidadão que se apropria do espaço em função das necessidades inerentes à reprodução da vida: o habitar e o trabalho, incluindo o lazer. Para isso, necessita de equipamentos de lazer, oferta de determinados bens e serviços coletivos, de cultura etc.” (idem). A contradição entre os interesses do cidadão e das grandes empresas tem sido decidida em favor destas últimas, como se viu repetidas vezes na cidade, pois “a prática da modernização cria, no território como um todo, em particular nas cidades, os equipamentos, mas também as normas indispensáveis à operação racional vitoriosa das grandes firmas, em detrimento das empresas menores e da população como um todo” (SANTOS, 1993).
A interação entre homem e espaço é sempre uma interação entre seres humanos mediatizada pelo espaço. (RAFFESTIN, 1993, citado por SOUZA, 2000). Para entender as estratégias que os grupos sociais geram para se apropriar do território, há que seguir a assertiva de Marcelo Souza quanto aos territórios serem antes relações sociais projetadas no espaço que espaços concretos, os quais são apenas os substratos materiais das territorialidades (SOUZA, 2000).
Lugar: é o espaço onde sentimos que somos parte, onde vivemos mais direta e intensamente; pode ser certo ponto de encontro, a rua, a esquina, o bairro, o centro da cidade... Todos os lugares têm uma identidade, são únicos. No entanto, ultimamente, vemos o fenômeno dos não-lugares, ou seja, lugares que são iguais em todas as partes do mundo (aeroportos, shoppings) já que se relacionam com formas produzidas pelo capitalismo globalizado.
Redes: é qualquer associação entre dois pontos. Pode ser, por exemplo, associações de comércio (redes de supermercados), lugares (no transporte podemos pensar em redes de cidades, redes técnicas (conjunto de estradas, redes elétricas, rede mundial de computadores).
Técnica: Conceito central na Geografia. É o meio do homem interferir no seu espaço; todos os objetos utilizados pelo homem para modificar o espaço (tratores, enxadas, fábricas...). Não confundir com tecnologia, que se refere a todo o saber necessário para produzir a técnica. Exemplo: Sementes transgênicas são técnica, enquanto a transgenia em geral é uma tecnologia, que produz vários tipos diferentes de técnicas.
Paisagem: normalmente, é tudo que a nossa vista alcança num dado espaço, num dado momento. Podemos diferenciar, assim, uma paisagem urbana de uma paisagem rural facilmente. Este conceito é de extrema importância para a Geografia, já que todo o estudo geográfico começa pela observação do espaço. Exemplo: pense na paisagem da sua rua e use seus sentidos para perceber os elementos dessa paisagem (como é o calçamento da rua, se existe concentração de casas, o que tem de bonito e agradável nela, o que falta, como ela seria melhor...).
Região: é todo espaço delimitado de acordo com um critério que permite considerá-lo homogêneo. A utilidade de uma regionalização é facilitar a administração (pública e privada), compreender mais facilmente a dinâmica dos diferentes espaços. Exemplos: podemos regionalizar a cidade de Pelotas delimitando o centro e a periferia, as áreas de uso urbano ou rural, ou ainda os bairros da cidade. Outro exemplo é a regionalização oficial do Brasil, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que divide o país em 5 regiões: Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A regionalização do IBGE é apenas uma maneira de dividir o Brasil em regiões.
Localização: ponto onde um dado objeto ou lugar está. Pode ser absoluta, quando se relaciona ao sistema de coordenadas ou a uma referência específica (o Desafio tem sua localização absoluta na esquina das ruas Major Cícero e Andrade Neves, em Pelotas, nas coordenadas 31º45’ S 52º20’ O); também pode ser relativa, quando se refere a aspectos que influenciam certo ponto (pense num ponto comercial: se a sua localização relativa no Calçadão, numa esquina movimentada, ele será mais valorizado; o fato de Pelotas estar localizada entre duas BR’s ajuda a reforçar sua característica de centro regional).
Elementos de análise do espaço geográfico
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Forma: o aspecto visual de um elemento da paisagem (um hospital, por exemplo);
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Função: a utilidade de dada forma (o mesmo hospital serve para curar doentes ou dar lucro);
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Estrutura: o contexto dentro do qual a forma se insere (a rede privada de saúde);
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Processo: o movimento da sociedade que a forma representa e que explica (a privatização do acesso à saúde, o capitalismo).
Pense em outras formas (uma lavoura, uma escola, uma estrada) e diga quais são as suas funções, as estruturas em que se inserem, e os processos que estão sofrendo. Ao fazer a análise de vários desses elementos, podemos ver o modo de como o espaço se organiza.