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AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIA ASSISITVA

Um protocolo de avaliação para implementação da TA, conhecido como Processo Básico de Avaliação, foi apresentado pelo ATACP - Assistive Technology Application Certificate Program do Center on Disabilities da California State University de Northridge, EUA, para auxiliar a organização dos passos necessários ao conhecimento do aluno, a implementação e o seguimento da utilização da TA. Neste protocolo de avaliação para implementação da TA foram propostas dez fases:

  1. Coleta de informações do usuário: Compreende o conhecimento do aluno, sua história, necessidades e intenções com o uso da TA.
  2. Identificação de necessidades: Identificação das necessidades do contexto escolar, incluindo as necessidades do professor, dos colegas, os desafios curriculares, as tarefas exigidas no âmbito coletivo da sala de aula e as possíveis barreiras encontradas que impeçam o acesso do aluno aos espaços da escola, às relações interpessoais e/ou ao conhecimento.
  3. Identificação de resultados desejados: A partir do conhecimento e da identificação das necessidades do aluno, são estabelecidas metas e definidos os objetivos que a equipe pretende alcançar. Para tal consideram-se as expectativas do aluno e do contexto escolar.
  4. Mecanismos de fortalecimento da equipe: Em um serviço de TA a ação interdisciplinar deve ser acompanhada da participação da família e do aluno para que se obtenha um bom resultado. Durante todo o processo de avaliação e implementação da TA deve-se buscar a valorização e organização do serviço implementado, o gerenciamento de tarefas, a escolha de lideranças para cada caso, trocas efetivas de experiências entre os membros da equipe, objetividade das ações implementadas e a participação igualitária de todos os membros do grupo.
  5. Avaliação das habilidades: O principal objetivo da avaliação do aluno é pesquisar suas habilidades. Em TA aproveita-se o que o aluno consegue fazer e amplia-se esta ação por meio da introdução de um recurso.
  6. Seleção/confecção e teste de recursos: Conhecendo as necessidades e habilidades do aluno e, determinando claramente os objetivos a atingir, faz-se a pesquisa sobre os recursos disponíveis para aquisição ou desenvolve-se um projeto para confecção de um recurso personalizado, que corresponda aos objetivos traçados.
  7. Revisão dos resultados esperados: O aluno poderá necessitar de algum tempo para experimentar, aprender e avaliar se o resultado obtido com o auxílio do recurso corresponde as suas expectativas e necessidades. A avaliação da eficácia do recurso é fundamental antes da aquisição do material, principalmente, quando estiver relacionado a um recurso de alta tecnologia e alto custo. 
  8. Compra do recurso: Confirmada a eficácia do recurso proposto, este deve ser fornecido ao aluno na escola ou sua família deverá ser orientada para a aquisição.
  9. Implementação da TA: Todo o projeto de TA encontra sentido se o aluno termina o processo de avaliação e leva consigo o recurso que lhe garante maior habilidade. O recurso de Tecnologia Assistiva pertence ao usuário e não pode ficar restrito ao espaço do atendimento especializado. A implementação da TA se dá, de fato, quando o recurso fica a serviço do aluno em todos os espaços. A equipe de TA deverá conhecer fontes de financiamento e propor à escola a aquisição dos recursos que venham atender às necessidades de sua clientela.
  10. Seguimento e acompanhamento constante: A equipe de TA deverá seguir o aluno e acompanhar o seu desenvolvimento no uso da tecnologia. Modificações poderão ser necessárias, novos desafios funcionais poderão surgir e as necessidades do dia-a-dia trarão novos objetivos de intervenção para estes profissionais.

PARA REFLETIR

ENTENDIMENTO, ATITUDE DE INCLUSÃO

"Para entender o coração e a mente de uma pessoa, não olhe para o que ela já conseguiu, mas para o que ela aspira".

A frase é de Gibran Khalil Gibran, filósofo e poeta libanês, que viveu entre 1883 e 1931, e resume a qualidade do entendimento. Quem entende também atende. Quem entende também estende - estende a mão e a atenção para a outra pessoa. 

Há formas diferentes de perceber a importância do entendimento. Como se sente carente aquele que, diante do juiz, não consegue entender o que ele está dizendo; ou aquele que vai ao consultório e não domina a linguagem que o médico faz questão de rebuscar; ou em uma palestra em que o conferencista faz questão de mostrar que domina termos que não são comuns ao auditório. Para o professor, o entendimento é ainda mais fundamental, porque não se pode ensinar sem entender o aluno. E o aluno não aprende se não entende. É praticamente uma relação de companheirismo.

Um filme francês (O oitavo dia) mostra um verdadeiro retrato do entendimento. 
Harry é um profissional de sucesso, mas não consegue o mesmo na vida pessoal. Cansada, a mulher o abandona, levando os dois filhos. No fim de semana em que o filme se passa, Harry deveria pegar os filhos, que vêm para visitá-lo, na estação de trem. Mas, ocupado como sempre, acaba se esquecendo. Os filhos ficam loucos da vida e prometem nunca mais querer vê-lo. E Harry sai dirigindo por uma estrada, para espairecer. Georges é órfão, tem a síndrome de Down, e mora em um hospital psiquiátrico. Nessa tarde, ele fica muito chateado de não receber visita e resolve fugir. Está caminhando por uma estrada, fugindo, sob uma forte neblina, e é quase atropelado pelo carro de Harry. O encontro acidental aproxima os dois. Harry tenta se livrar de Georges, mas uma forte ligação entre ambos é quase imediata. A partir daí, uma amizade especial se desenvolve, que levará a profundas mudanças na vida de Harry. 

O ator que interpreta Georges é um jovem francês, com síndrome de Down, que mostrou que talento é resultado de dedicação e esforço. Ele teve o entendimento necessário para levar, ao cinema, a angústia do preconceito e a possibilidade da superação através da gentileza que nasce da amizade, que nasce do amor.