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RELAÇÕES ECOLÓGICAS

Nas comunidades bióticas dentro de um ecossistema encontram-se várias formas de interações entre os seres vivos que as formam, denominadas relações ecológicas ou interações biológicas. Essas relações se diferenciam pelos tipos de dependência que os organismos vivos mantêm entre si. Algumas dessas interações se caracterizam pelo benefício mútuo de ambos os seres vivos, ou de apenas um deles, sem o prejuízo do outro. Essas relações são denominadas harmônicas ou positivas.

Outras formas de interações são caracterizadas pelo prejuízo de um de seus participantes em benefício do outro. Esses tipos de relações recebem o nome de desarmônicas ou negativas.

Tanto as relações harmônicas como as desarmônicas podem ocorrer entre indivíduos da mesma espécie e indivíduos de espécies diferentes. Quando as interações ocorrem entre organismos da mesma espécie, são denominadas relações intra-específicas ou homotípicas. Quando as relações acontecem entre organismos de espécies diferentes, recebem o nome de interespecíficas ou heterotípicas.

Estas podem ser harmônicas, quando não há prejuízo para nenhum dos indivíduos envolvidos; ou desarmônicas, quando pelo menos um se prejudica.

Relações intra-específicas harmônicas

a) sociedade: indivíduos da mesma espécie, mantendo-se anatomicamente separados, e que cooperam entre si por meio de divisão de trabalho. Geralmente, a morfologia corporal está relacionada à atividade que exercem. Ex: abelhas, cupins, formigas, etc.

b) colônia: indivíduos associados anatomicamente. Estes podem se apresentar semelhantes (colônias isomorfas), ou com diferenciação corporal de acordo com a atividade que desempenham (polimorfas). Ex: determinadas algas (1º exemplo) e caravela portuguesa (2º exemplo).

Relações intra-específicas desarmônicas

c) competição inter específica: é uma interação desarmônica entre seres de espécies diferentes que habitam um mesmo local geográfico e disputam o mesmo nicho ecológico. A competição difere do predatismo, pois neste caso, podem estar competindo duas espécies de herbívoros ou duas espécies de carnívoros sem que necessariamente uma devore a outra.

d) Canibalismo: ato no qual um indivíduo se alimenta de outro(s) da mesma espécie.

Relações interespecíficas harmônicas

e) mutualismo obrigatório: neste caso há uma associação entre indivíduos de espécies diferentes que é obrigatória para que a vida. No exemplo clássico dos líquens temos os fungos fazendo o papel de absorção e das algas fazendo o papel de fotossíntese, sendo que se houver separação dos dois indivíduos nenhum dos dois pode sobreviver. Outros exemplos de mutualismo são o boi e as bactérias na pança, o cupim e a triconinfa.

f) protocooperação: também é uma associação entre indivíduos de espécies diferentes onde há benefício para ambas as partes. É muito semelhante ao mutualismo só que nesse caso não existe um comprometimento anatômico entre os indivíduos podendo se a qualquer momento separá-los e garantir-se à sobrevivência de ambos. Sua coexistência não é obrigatória. Exemplo: o paguro-eremita e as anêmonas do mar, O pássaro anu e o boi, o pássaro palito e os crocodilos.

g) inquilinismo: neste tipo de relação inter específica, um dos indivíduos utiliza o outro como hospedeiro temporário, porém não há qualquer tipo de prejuízo para a parte que o hospeda. É que essa é um tipo de associação muito parecido com comensalismo, diferindo deste apenas por não haver cessão de alimentos para o inquilino. São exemplos de inquilinismo o peixe agulha e a holotura, as orquídeas e bromélias com troncos de árvores.

h) comensalismo: e a associação entre indivíduos de espécies diferentes na qual um deles aproveita os restos alimentares ou metabólicos do outro sem causar a este qualquer tipo de prejuízo. Modernamente acredita-se que espécies que são parasitas ou que foram parasitas no passado, tendem a se tornar comensais. . Esta mudança seria um modo evolutivo de se conseguir uma relação duradoura.

Exemplo: a rêmora e o tubarão, Entamoeba coli e o homem.

Relações interespecíficas desarmônicas

i) predatismo: é uma interação desarmônica na qual um indivíduo geralmente maior persegue mata um ou mais indivíduos de outra espécie para se alimentar. A presa pode morrer durante a sua ingestão, ou antes. O predador é sempre um consumidor.

j) parasitismo: no parasitismo há a espoliação de um indivíduo chamado de hospedeiro. Nestes casos o parasito é geralmente menor que seu hospedeiro e quando ataca o hospedeiro habitando o lado externo é chamado de ectoparasito (carrapatos) e quando se fixa ao hospedeiro internamente é chamado de endo parasita (E. histolytica). Sua definição é muito semelhante a do predatismo, porém neste caso é geralmente necessário um grande número de parasitos para matar um hospedeiro.

l) amensalismo: neste tipo de interação um dos indivíduo é capaz de produzir substâncias que podem inibir o desenvolvimento do outro ou mesmo causar sua morte. A substância produzida pela espécie inibidora pode não ter efeito letal sobre a espécie amensal, ou seja, a espécie cujo desenvolvimento é inibido.

Este é o caso bem conhecido dos antibióticos que em sua maioria têm efeito bacteriostático, isto é, impedem a multiplicação das bactérias. Esses antibióticos são largamente utilizados em medicina, no combate às infecções bacterianas. Inibindo a multiplicação das bactérias patogênicas, os antibióticos dão oportunidade para que o organismo as destrua por intermédio da ação fagocitária dos leucócitos. O Penicilium notatum é o responsável pela produção do mais antigo antibiótico: a penicilina.

Sob determinadas condições ambientais, certas algas protistas (pirrófitas) de cor avermelhada e produtoras de substâncias altamente tóxicas apresentam intensa proliferação, formando enormes manchas vermelhas no oceano. Com isso, a concentração dessas substâncias tóxicas aumenta, provocando grande mortalidade de animais marinhos. Nestes casos de ação antibiótica mais enérgica, causa a morte de espécies amensais. É o que ocorre neste fenômeno conhecido por "maré vermelha".

k) competição: disputa por recursos (território, presas, etc).

 

Revise os conceitos com o vídeo a seguir.