O homem se defronta com uma crise ecológica. Esta crise evoluiu em conseqüência da má administração crescente do meio natural e do crescimento desenfreado das populações humanas. A crise não apenas ameaça suas chances de realizar um modelo de vida condizente com a presente população humana mas também suas possibilidades de continuar a existir como espécie.
Os sinais de ameaça da crise aparecem em problemas específicos, tais como o (a) desequilíbrio da produção de alimentos e do crescimento da população humana, (b) a redução da produtividade de vastas áreas de terra, (c) o mau uso e a poluição das águas, (d) a mudança gradual dos climas regionais e globais como resultado das atividades urbanas e das técnicas agrícolas, (e) a destruição de importantes espécies da fauna selvagem e a alteração das comunidades naturais e a (f) proliferação de organismos transmissores de doenças e epidemias. Estes problemas são sintomas de distúrbios de processos efetuados a nível de Biosfera como um todo, distúrbios esses capazes de reduzir a níveis mortais a qualidade e a produtividade do meio natural mundial. Por último, contribuem em grande escala para criar a instabilidade política do mundo moderno.
Muitos fatores de ordem cultural, econômica e histórica contribuíram para o surgimento destes problemas. Na origem, porém, está a exploração cada vez maior por parte do homem dos recursos naturais, sua ignorância das leis que regem os sistemas biológicos, a exploração incontrolada e a inabalável fé na tecnologia para resolver tais problemas que evoluem em proporções cada vez maiores.
A população humana atingiu um nível em que as exigências de recursos naturais requerem uma exploração maciça de todos os ambientes terrestres, fluviais e marítimos. A exploração de certos recursos alimentares tais como a pesca marítima está se aproximando de um nível máximo possível. Ao mesmo tempo, o homem mostra-se profundamente ignorante em relação aos fatores básicos responsáveis pela produção destes recursos e relativamente às conseqüências, a longo prazo, de seus métodos de exploração.
A tecnologia acarretou maiores problemas além dos da super exploração. As atividades agrícolas, industriais e urbanas tornaram-se agentes de padrões globais de poluição, alguns dos quais ameaçam os processos básicos da Biosfera. A tecnologia chegou a um ponto tal que novos desenvolvimentos podem levar a conseqüências prejudiciais, de caráter universal, antes que possam ser avaliados seus efeitos. .
A Ecologia tem sido tradicionalmente definida como o ramo da Biologia que estuda os relacionamentos entre os organismos e seu ambiente. Porém, no contexto da evolução da crise ambiental, a ecologia torna-se algo mais, a "ciência da sobrevivência". Para mostrar este aspecto e também a diversidade e complexidade dos efeitos ecológicos das atividades atuais do homem, vamos tomar um exemplo em particular. Este exemplo, apenas um entre os muitos que poderíamos escolher, tornou-se um caso clássico da ignorância ecológica e estreiteza de vista humana. Refere-se à Represa de Assuã, que foi concluída no rio Nilo, na República Árabe Unida (RAU) - Egito.
Quando falamos em equilíbrio ecológico, estamos falando sobre uma relação estabelecida entre os organismos e que são vitais para a manutenção dessas espécies.
A extinção de determinada espécie ou população pode acabar afetando o equilíbrio ecológico existente em uma comunidade.
Quando falamos em equilíbrio ecológico de populações, remetemos aos seguintes aspectos:
- População de tamanho estável na qual as taxas de mortalidade e emigração são compensadas pela taxa de natalidade e imigração. Equilíbrio de fluxo de energia em um ecossistema;
- População na qual as frequências de genes estão em equilíbrio;
- O equilíbrio ecológico é um requisito para a manutenção da qualidade e das características essenciais do ecossistema ou de determinado meio. Não deve ser entendido como situação estática, mas como estado dinâmico no amplo contexto das relações entre os vários seres que compõem o meio, como as relações tróficas, o transporte de matéria e energia. O equilíbrio ecológico supõe mecanismos de auto-regulação ou retroalimentação nos ecossistemas;
- Equilíbrio da natureza; estado em que as populações relativas das diferentes espécies permanecem constantes; o equilíbrio ecológico tem um caráter dinâmico, pois é submetido às relações constantes entre os seres vivos de uma comunidade e entre as comunidades ecossistemas; a destruição do equilíbrio ecológico causa a extinção de espécies e coloca em risco os processos ecológicos essenciais.
As principais causas do desequilíbrio ecológico são ações antrópicas, como caça, pesca desordenada (sobrepesca); desmatamento de florestas, matas ciliares e mangues; queimadas, agricultura e pecuária, os mais diversos tipos de poluição e até a urbanização e o constante crescimento demográfico da população humana. A alteração do equilíbrio também pode ser desencadeada por modificações bióticas ou naturais, como introdução ou extinção de espécies num dado ecossistema e também por desastres naturais, como furacões, terremotos, vendavais, tempestades e maremotos, em casos mais raros.
A resposta de um ecossistema perturbado pode ocorrer a curto, médio e longo prazo, e a espécie humana não é o só o que mais contribui para esse desequilíbrio, mas também, é a mais atingida pelas as alterações ambientais. O ecossistema tende a reverter naturalmente um quadro de desequilíbrio, no entanto, nem sempre isso é possível, ou o tempo necessário para o equilíbrio ecológico seja estabelecido novamente é muito grande, o que pode causar outras alterações ainda mais graves.
Conceito de Equilíbrio
A vida na superfície da Terra se caracteriza por ciclos quer de energia quer de matéria. O ciclo de energia é aberto e o ciclo da matéria é fechado (recirculado). O equilíbrio constitui uma característica da natureza. A natureza procura sempre obter equilíbrio compatível com as condições do ambiente, evita de toda maneira a superprodução ou superpopulação. A quebra de um elo da cadeia ecológica significa acúmulo ou superprodução do elo anterior. A introdução de um elemento em demasia também causa desequilíbrios. Ex. excesso de alimento em um lago ocorre superprodução de peixes, algas, vegetais e microrganismos, ocasionando alto consumo de oxigênio e toda população e comunidades são levadas a morte por asfixia.
Entretanto é a instabilidade que leva ao fenômeno de evolução orgânica. Sem a instabilidade não haveria diversidade de vida.
Conservação e preservação do Meio Ambiente
Natureza deve ser mantida sem nenhuma interferência do ser humano. Os termos conservação e preservação são utilizados muitas vezes como sinônimos, mas esse é um erro que precisamos corrigir conhecendo a significação correta destas duas palavras. Foi nos Estados Unidos, por volta do final do século XIX que surgiram estas duas correntes ideológicas conhecidas como conservacionismo e preservacionismo (ECKHOLM, 1982).
O preservacionismo prega a preservação da natureza da forma como essa é em seu estado natural e relaciona o ser humano como um ser extremamente daninho para o meio ambiente. Esta corrente de pensamento tem em seus preceitos que a natureza deve ser mantida sem nenhuma interferência do ser humano. Devem ser criados parques nacionais estáticos de proteção ao meio ambiente, ou seja, com o intuito explicitamente protetor, estes santuários intocáveis estariam livres da exploração, degradação, consumo e até estudos feitos pelo ser humano.
Este tipo de pensamento preservacionista, atualmente é considerado muitas vezes como radical, e as pessoas que pensam desta forma são apelidadas hoje pelos cientistas e pessoas que trabalham seriamente com a natureza de ecoloucos. Esse pensamento evidencia-se por meio de estudos, comprovando que o meio ambiente pode ser resguardado e explorado de maneira racional, como prega o desenvolvimento sustentável, e sabe-se também que cada vez mais são encontradas formas para que o ser humano viva em harmonia com a natureza.
O movimento conservacionista é mais consciente, exaltando o amor à natureza e ao meio ambiente aliado ao uso racional de matéria-prima e bens naturais, concorrendo com o auxílio e manejo criterioso pelos seres humanos. Fazendo com que possamos nos perceber como parte integrante desta mesma natureza e do processo gestor destes recursos. Esse modo de pensar é muitas vezes visto como o meio termo entre o preservacionismo e o desenvolvimento capitalista inicial (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1988).
Caracterizando assim, como pensamento da maioria dos movimentos ambientalistas sérios e responsáveis, que acreditam e aplicam o desenvolvimento sustentável com qualidade de vida e conservação dos atributos essenciais para uma natureza saudável e sem excessos capitalistas e irresponsáveis por parte dos seres humanos.
A reciclagem, a mudança dos padrões de consumo capitalistas, a igualdade social com justiça, o uso de energias renováveis, o respeito à biodiversidade e principalmente a inclusão das políticas ambientais nos processos de tomadas de decisões no âmbito político, empresarial e mundial são princípios defendidos pelo modo de agir proposto pelo conservacionismo.
Crescimento Populacional
População biológica é um grupo de indivíduos de mesma espécie que habita determinada área geográfica. A população é uma unidade importante no estudo da Ecologia porque evolui e se adapta ao ambiente, comportando-se de forma dinâmica no ecossistema. Populações surgem, crescem e se estabilizam, mas podem também declinar e se extinguir. A população humana, por exemplo, cresce atualmente em ritmo acelerado, o que tem sido motivo de preocupação para cientistas e políticos, pois a Terra está se tornando superpovoada. O esgotamento dos recursos ambientais e o desequilíbrio ecológico estão entre as principais conseqüências desse superpovoamento.
As populações possuem diversas características próprias, mensuráveis. Cada membro de uma população pode nascer, crescer e morrer, mas somente uma população como um todo possui taxas de natalidade e de crescimento específicas, além de possuir um padrão de dispersão no tempo e no espaço.