Voltando a 1848, época de levantes, de fervor revolucionário, de terror para as classes dirigentes, um Manifesto declara a necessidade de rompimento das relações sociais existentes para acabar com a exploração crescente do proletariado pela burguesia. Marx e Engels imaginavam ser inevitável uma revolução comunista que só viria 70 anos depois em um país que sequer constava de suas previsões de revoltas contra o poder da burguesia: a Rússia. A Revolução de 1917, seguida por violenta guerra civil, provoca a formação da URSS que se torna o primeiro país socialista no mundo.
Ao término da 2ª Guerra Mundial vários países da Europa Oriental, ocupados pelo exército soviético vão ter que aceitar o novo sistema da economia planificada que lhes é imposto. Em 1949, a Revolução Chinesa e em 1959, a Cubana, conduzem esses países a esse mesmo sistema. A descolonização na África e na Ásia e o próprio jogo da Guerra Fria, da política de alianças vão levar outros a experimentarem, ainda que por breves períodos, governos socialistas. A partir do final da década de 80, consumido por crises econômicas e políticas, onerado pelo custo da Guerra Fria, o mundo socialista entra em colapso e desenfreadamente executa reformas para não ficar excluído da globalização.
Fortalecidos e munidos de novas estratégias (a política econômica neoliberal, por exemplo) os poderosos que comandam o mundo capitalista preocupam-se agora em apressar a queda dos últimos bastiões do mundo socialista (Cuba e Coréia do Norte) ao mesmo tempo em que travam novas batalhas pela supremacia mundial expandindo suas transnacionais, criando barreiras sanitárias, sociais e alfandegárias ao mesmo tempo em que formam blocos regionais de comércio (EU, NAFTA, APEC) e procuram ditar as regras em organismos como a OMC.
Nesse breve painel histórico talvez possamos concluir que a única previsão possível é a continuidade das disputas pelo poder e riqueza, irregularmente distribuídos entre os homens e as nações, mas o risco é grande se quisermos acertar qual a realidade que o mundo estará vivendo em dez anos.
Evidentemente verificamos que no mundo real surgem situações que nos parecem estranhas se nos restringirmos rigidamente a essas características: a existência de empresas estatais, por exemplo, pode ser registrada também em países capitalistas.
Em muitas ocasiões o Estado é o único a fomentar o nascimento e desenvolvimento de um setor para o qual a iniciativa privada nacional não possui recursos ou não vê possibilidades de lucros imediatos diante do volume de investimentos necessários. Alguns setores demoram a retornar o capital investido.
O Estado tem atuado na criação de infraestrutura (saneamento, energia, transportes...), até mesmo beneficiando a iniciativa privada. No Brasil o Estado foi fundamental no desenvolvimento de setores pesados como a siderurgia e a exploração do petróleo. Por isso mesmo muitos criticam a venda de empresas estatais argumentando que se trata de um entreguismo do patrimônio nacional, principalmente quando adquirido pelo capital estrangeiro.
Por outro lado, sabemos que em muitos países socialistas, os privilégios concedidos à classe dirigente, burocratas, militares de alta patente, os diferenciava da população comum. Enquanto poucos consumiam produtos de boa qualidade e importados, circulavam com carros luxuosos, viviam em casas om torneiras revestidas a ouro em seus banheiros, tinham contas no exterior, a população comum enfrentava a baixa qualidade e a falta de produtos, além de muitas filas diárias para adquirir o necessário para o seu dia, muitas vezes obedecendo ao limite de quotas de consumo estabelecido pelo providencial Estado socialista.
No final da década de 80, fatos importantes alteram a geopolítica mundial, as estruturas de poder e dominação. Em 1989 cai o muro de Berlim, símbolo da Guerra Fria iniciada após o final da 2ª Guerra Mundial.
Em 1990 reunificam-se as Alemanhas (Oriental e Ocidental) e em 1991 fragmenta-se a URSS que deixa de existir. Um novo ordenamento mundial começa a se configurar e a tomar corpo. A rapidez na evolução da globalização da economia mundial e da multipolarização assusta e gera protestos contra os efeitos negativos desse processo: as altas taxas de desemprego, os excluídos, a ampliação das desigualdades sociais no mundo, a concentração ainda maior da riqueza e do poder pelos líderes mundiais, a intensificação dos movimentos migratórios e o aumento das barreiras das sociedades mais ricas para impedir a entrada de estrangeiros (xenofobia).
Oferta e procura: influencia os preços de mercadorias, serviços, capitais e mão-de-obra observando-se, via de regra, que:
- Quando a oferta é maior que a procura - o preço cai (ex: em baixa temporada, portanto fora do período de férias, o preço de pacotes e serviços no turismo diminui)
- Quando a oferta é menor que a procura - o preço sobe (ex: brinquedos no período que antecede o dia das crianças)
COMUNISMO
Qual a diferença entre comunismo e socialismo?
Dentro da teoria marxista elaborada no século XIX, comunismo e socialismo seriam duas etapas sucessivas no desenvolvimento da sociedade humana, ocorrendo após o colapso do sistema capitalista. O socialismo seria caracterizado pela abolição da propriedade privada dos meios de produção e a instalação de um estado forte ("ditadura do proletariado"), capaz de consolidar o regime e promover a diminuição da desigualdade social. No comunismo, o próprio estado seria abolido, com a instauração de uma igualdade radical entre os homens.
Todavia, na prática política do século XX, as duas palavras ganharam outro significado. O termo comunismo passou a se referir a movimentos políticos revolucionários de origem marxista e aos estados que surgiram a partir daí (União Soviética, China), caracterizados pela abolição da propriedade privada dos meios de produção e autoritarismo político. O termo socialismo passou a se referir a grupos reformistas, que ambicionavam a realização de mudanças sociais através do voto, preservando a democracia liberal. Assim, existiram governos socialistas na França, Inglaterra (através do trabalhismo), Alemanha (através da social-democracia), países escandinavos e outros.