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POPULAÇÃO

Com densidade demográfica de 26,8 hab/Km² é um continente ainda pouco urbanizado (menos de 40% de população urbana), mas com um êxodo rural relativamente intenso que tem provocado rápido crescimento dessa população urbana. Devido ao processo de colonização dos europeus nesse continente e a concentração de atividades econômicas voltadas para portos exportadores.

As principais cidades localizam-se ao longo do litoral ou muito perto dele. São exemplos de cidades importantes desse continente: Cairo, Alexandria, Trípoli, Tunis, Dacar, Lagos, Cidade do Cabo, Durban, Dar-es-Salam, Abidjã, além de outras não localizadas no litoral como Nairóbi, Johanesburgo, Cartum, Kinshasa e Adis-Abeba.

As regiões desérticas e semi-áridas, as áreas montanhosas e as densas florestas são as áreas mais vazias do continente. As maiores concentrações estão no Delta do Nilo, no Egito, na porção setentrional do Magreb (Marrocos, Argélia e Tunísia, portanto, junto ao Mediterrâneo), no Delta do Rio Níger e na região do Transvaal, na África do Sul, importante concentração urbana e industrial (com a presença de Johanesburgo e Pretória).

Ainda com relação à distribuição dessa população podemos denominar a porção norte, acima do Saara, de África Branca e, ao sul do Saara, de África Negra. Observe o esquema abaixo:

  • BRANCA: árabes, judeus, bérberes, felás, núbios, galas, somalis,...
  • NEGRA: sudaneses, bantos, nilóticos, pigmeus, hotentotes, bosquímanos,...
 

Na região do Saara existem vários povos que habitam essa região há muito tempo e são nômades, vivendo do pastoreio de animais. Árabes e judeus, ao contrário, introduziram-se no norte africano nos últimos séculos, passando a ser muito importante a influência árabe-muçulmana.

Os sudaneses habitam especialmente a porção centro-ocidental do continente, os bantos a região centro-sul. Subdividem-se em inúmeros grupos. Os nilóticos, caracterizados pela elevada estatura, vivem no alto vale do Rio Nilo e os pigmeus, caracterizados pela baixa estatura, habitam as florestas da África Central. Hotentotes e bosquímanos são povos dos desertos da Namíbia e Calaari.

No centro-sul do continente há um predomínio de cultos primitivos, fetichistas e animistas. No norte e porção ocidental, domina a religião muçulmana, a de maior expansão na África. Encontram-se também grupos menos numerosos de cristãos e poucos judeus. A maioria migrou para Israel. O padrão de vida no continente é baixo. Todos são países subdesenvolvidos com elevada taxa de natalidade e mortalidade, principalmente infantil, baixo nível de renda, péssima distribuição dessa renda, reduzida expectativa de vida e graves problemas de subnutrição e doenças.

As desigualdades sociais são expressivas, por exemplo, como ocorre na África do Sul em decorrência da extinta política do apartheid. A minoria branca apresenta, nesse país, um padrão sócio-econômico superior ao da maioria de negros, mestiços e asiáticos.

A maioria da população é de jovens, com reduzida população idosa. Além disso, observa-se em muitos países uma redução na expectativa de vida devido a problemas como conflitos, doenças (como a Aids) e subnutrição.

Os governos africanos não têm investido convenientemente na medicina preventiva, muitas vezes por absoluta falta de recursos. Esse fato, associado ao baixo nível de renda da população, falta de saneamento básico, condições precárias de alimentação, falta de informação e hábitos culturais tem levado à morte milhões e milhões de africanos. 

 


No caso das epidemias é muito séria a situação provocada pelo alastramento da Aids que está reduzindo rápida e drasticamente a expectativa de vida em muitos países da África, especialmente no Centro-sul do continente (observe o gráfico acima).

A situação é dramática na região do Sahel, afetada pela desertificação e por conflitos étnicos e religiosos. A Eritréia muçulmana e a Etiópia predominantemente cristã se enfrentaram por muitos anos na conturbada região do Chifre da África. A Somália é um país sem governo, assolada por lutas intermináveis entre várias tribos que disputam o poder. No Sudão também se verificam conflitos entre cristãos e muçulmanos. Na África Central registram-se os conflitos entre hutus e tutsis.

Serra Leoa, na África Ocidental é um dos países mais pobres do mundo, também prejudicado por conflitos internos. Muitos desses conflitos foram causados pela divisão de fronteiras impostas pelos colonizadores europeus que repartiram a África na Conferência de Berlim (1884-1885) segundo seus interesses, sem levar em consideração a distribuição dos povos africanos nesses territórios. Em decorrência das severas dificuldades sócio-econômicas e dos conflitos que se verificam em algumas regiões do continente, intensificaram-se o movimentos migratórios envolvendo os povos africanos.

As estimativas são de 16 milhões de imigrantes, grande parte deles refugiados de guerras civis. Os campos de refugiados que se formam nas áreas de conflitos (Ruanda, Burundi, República Democrática do Congo, Serra Leoa) ou de flagelados nas áreas afetadas pela desertificação e pela fome (Etiópia, Somália, Sudão) são realmente deprimentes, assemelhando-se às imagens do inferno de Dante Alighieri ou do fim do mundo.

Organizações internacionais de ajuda humanitária e a ONU atuam tentando minimizar o sofrimento dessas populações, mas as instabilidades políticas e econômicas vividas por essas nações impedem uma solução para esses graves problemas.

No norte da África migrantes tentam entrar ilegalmente na Europa atravessando o Estreito de Gibraltar para entrar na Península Ibérica. No entanto, a Europa Ocidental tem criado barreiras rígidas para evitar esse fluxo migratório, intensificando o controle nessa região.

O colonizador europeu também alterou o modo de vida da população, promovendo uma substituição das atividades de subsistência por uma exploração comercial de exportação para suprir a Europa de matérias-primas e energia, aprofundando o subdesenvolvimento do continente.