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QUADRO ECONÔMICO

A Europa é um continente reconhecidamente desenvolvido. Apesar disso as atividades primárias também tem destaque na economia desse continente. Vamos analisar as principais atividades econômicas européias destacando, quando for necessário, alguns países em particular. 

O setor primário

EXTRATIVISMO: a porção centro-norte do continente é coberta por florestas de coníferas que representam importante riqueza econômica. Em países como a Finlândia, Rússia e Suécia a extração de madeira e a produção de papel e celulose são muito importantes. As atividades pesqueiras são praticadas por vários países. No Mar da Noruega é grande a produção pela Islândia e principalmente pela Noruega. A Rússia tem uma das maiores produções de pescado do mundo. Em Portugal a indústria pesqueira é uma atividade econômica de destaque. No extrativismo mineral vale destacar mais uma vez a Rússia, sendo o país de maior extensão territorial na Europa e importante produtora de carvão, ferro, manganês, petróleo, urânio e níquel na porção européia do seu território. A Ucrânia também apresenta ricas jazidas de carvão, ferro e manganês. No norte da Escandinávia (região da Lapônia) há a extração do ferro. No Vale do Ruhr, na Alemanha, na região da Lorena (França) e no Reino Unido o carvão mineral é um recurso de destaque. O Mar do Norte é uma das mais importantes áreas produtoras de petróleo na Europa. Entretanto, a reduzida extensão territorial européia e o elevado consumo industrial, fazem da Europa um continente importador de vários recursos minerais e energéticos. Excetuamos, é claro, alguns casos específicos: a Rússia, por exemplo, é exportadora de vários recursos minerais.

AGROPECUÁRIA: genericamente podemos dizer que se trata de uma agropecuária que utiliza técnicas modernas, mão-de-obra bem preparada e obtém boa produtividade. Mas em algumas áreas desse continente os solos são ruins. No leste europeu, na região das estepes destaca-se o fértil solo de tchernozion. Sua posição geográfica leva ao predomínio de produtos de clima temperado. As produções de cereais (trigo, cevada, centeio, aveia, milho e arroz), batata, beterraba açucareira e girassol são de grande destaque. No sul da Europa, área de clima mediterrâneo são mais importantes os cultivos de cítricos, uva e oliveiras. Aí é importante a produção, para mercado interno e externo, do vinho e do azeite. A produção de gêneros de clima tropical é insuficiente, necessitando-se de grandes importações.

A pecuária européia se caracteriza pela excelente qualidade. O aprimoramento racial do rebanho, as condições higiênicas de criação, os cuidados veterinários e a boa produtividade compõe o quadro de características dessa atividade. Destacam-se os rebanhos de ovinos, suínos e bovinos. A pecuária leiteira é um grande destaque pela alta qualidade e produtividade na Holanda, Bélgica, Suíça e Dinamarca. A Grécia tem destaque com a criação de caprinos. A Federação Russa e o Reino Unido possuem importante criação de gado ovino. Apesar da excelência na criação de animais, a Europa tem enfrentado recentemente alguns reveses nessa atividade com a expansão de problemas como o mal da vaca louca e da febre aftosa. É importante lembrar também das dúvidas com relação aos produtos transgênicos. A União Européia tem proibido o registro de produtos transgênicos até que se elaborem legislações específicas para o setor. Outra questão relevante é a prática de subsidiar a produção agropecuária. Isso dificulta a livre concorrência desses produtos no mercado europeu, prejudicando as exportações de países de Terceiro Mundo que precisam ampliar suas vendas externas. União Européia e Mercosul negociam atualmente tratados econômicos e um dos pontos de maior discussão são as barreiras tarifárias e sanitárias, além da prática de subsídios por parte dos governos europeus. A estimativa é de que 40% da renda dos agricultores europeus seja proveniente de subsídios concedidos pelo Estado. Na Holanda, que possui um território muito baixo, os pôlderes permitem a expansão de seu exíguo território e a prática agrícola com destaque para frutas, hortaliças e flores (exportação de tulipas, por exemplo). Os pôlderes são terrenos conquistados do mar com a construção de barragens e diques que realizam a drenagem da área. A aplicação de corretivos químicos para o solo, adubos e fertilizantes se faz necessário.

No sul da Europa, de relevo mais acidentado, encontramos a técnica do terraceamento com a arboricultura. No extremo norte, de clima muito frio, a prática agrícola é inexistente. O espaço territorial reduzido, as áreas urbanas e industriais, as cadeias de montanhas, áreas com solos inférteis, limitam o espaço disponível para a agropecuária que é principalmente intensiva.

 

O setor secundário

INDÚSTRIA: existem países europeus fracamente industrializados, mas alguns deles são grandes potências industriais. No leste europeu há um predomínio da indústria de base ou pesada. Setores como o siderúrgico, mecânico, metalúrgico, químico, naval, material ferroviário, bélico e nuclear são importantes. O leste europeu abrigou países de economia socialista que não se preocuparam em desenvolver uma sólida e eficiente indústria de bens de consumo.

As reformas econômicas que esses países vem realizando desde o final da Guerra Fria tem atraído empresas multinacionais que estão expandindo esse setor. Também se observa a prática de uma política de privatizações das empresas estatais. Muitas delas, no entanto, foram fechadas ou desapareceram por não se enquadrarem em uma economia de intensa concorrência que requer grande eficiência e qualidade.

Destacam-se no leste europeu países como a Federação Russa, a Ucrânia, a Polônia, a República Tcheca e a Eslovênia. Na Europa ocidental o desenvolvimento industrial é maior e mais complexo. Além de um forte setor de base, a indústria de bens de consumo, duráveis e não-duráveis, é muito eficiente e competitiva. O setor têxtil e alimentício são representados por grandes transnacionais que atuam em muitos mercados. A indústria automobilística é forte destacando-se as produções da Alemanha, França, Suécia, Itália, Reino Unido e Espanha.

As tecnologias de ponta constituem outro setor muito forte nas áreas de eletrônica e informática, telecomunicações, aeronáutica, espacial, nuclear, bélico, química fina, biotecnologia, equipamentos de precisão e instrumentos ópticos. As maiores potências industriais européias estão na porção ocidental do continente: Alemanha, França, Reino Unido e Itália. São quatro países que integram o G7 (as sete maiores economias do mundo). Também se destacam as produções industriais da Holanda, Suécia, Suíça, Bélgica, Noruega e o crescimento nas últimas décadas da Espanha.

 

O setor terciário

TURISMO: é uma atividade de grande importância no continente. Alguns países têm no turismo uma grande fonte de renda e de empregos. A França, a Itália e a Espanha são os países que mais atraem turistas no mundo (dezenas de milhões anualmente). A região do Mediterrâneo tem ótima infra estrutura para essa atividade. Mas não é somente o sul da Europa que desenvolve o turismo. Essa atividade é encontrada no norte e no leste. A abertura dos países da antiga Cortina de Ferro promete aquecer o turismo nessa região, exceção feita às regiões em que se verificam conflitos ou tensões étnicas. Evidentemente essa atividade favorece uma expansão do setor terciário no comércio e prestação de serviços.