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FONTES DE ENERGIA

CONCEITO

As fontes de energia são de fundamental importância, em especial na atual sociedade capitalista.

Essas substâncias, após serem submetidas a um processo de transformação, proporcionam energia para o homem cozinhar seus alimentos, aquecer e iluminar o ambiente, etc.

Fontes de Energia: renováveis (esquerda) e não renováveis (direita)

Contudo, foi com o advento das Revoluções Industriais, juntamente com a intensificação do processo de urbanização, que a utilização das fontes energéticas teve um aumento extraordinário. O atual modelo capitalista é altamente dependente de recursos energéticos para o funcionamento das máquinas industriais e agrícolas; os automóveis também necessitam de combustíveis para se deslocarem; e a urbanização aumentou a demanda de eletricidade.

Diante desse cenário, o consumo de energia aumentou de forma significativa, fato que tem gerado grandes problemas socioambientais. Isso porque a maioria das fontes utilizadas é de origem fóssil (carvão, gás natural, petróleo), e sua queima libera vários gases responsáveis pela poluição atmosférica, efeito estufa, contaminação dos recursos hídricos, entre outros fatores nocivos ao meio ambiente.

Outro aspecto negativo é que essas fontes não são renováveis, ou seja, elas se esgotarão da natureza. Segundo estimativas da Agência Internacional de Energia (AIE), caso se mantenha a média de consumo das últimas décadas, as reservas de petróleo e gás natural irão se esgotar em 100 anos e as de carvão, em 200 anos.

A energia nuclear, também de origem não renovável, é motivo de várias manifestações contra o seu uso, pois pode haver a liberação de material radioativo em caso de acidentes em uma usina nuclear, como os que ocorreram em Chernobyl (Ucrânia) e em Fukushima Daiichi (Japão).

Com o intuito de diversificar a matriz energética, várias pesquisas foram desenvolvidas para a obtenção de fontes limpas e renováveis. Entre elas estão a energia solar (obtida através do Sol), energia eólica (dos ventos), energia das marés (correntes marítimas), biomassa (matéria orgânica), hidráulica (das águas), entre outras. Estas fontes, além de serem encontradas em abundância na natureza, geram menos impactos ambientais.
Inicialmente seria interessante apresentarmos o consumo de energia no mundo por fontes.

Observe o gráfico abaixo:

Podemos observar que o mundo, a despeito do comprometimento do meio ambiente, continua a utilizar especialmente os combustíveis fósseis como fonte energética. Assim, podemos entender a grande preocupação de vários países com relação à questão da produção de petróleo e gás e o interesse sobre os conflitos que afetam as áreas produtoras e/ou rotas de transporte desses recursos. Aumentam as pressões dos ambientalistas para a redução do uso dos combustíveis fósseis, diretamente responsáveis pelas chuvas ácidas e pelo efeito estufa, além de comprometerem a atmosfera durante uma inversão térmica.

Os combustíveis fósseis são fontes de energia não-renováveis mas o esgotamento das reservas já conhecidas e prováveis ainda deve demorar,mesmo considerando as crescentes necessidades mundiais por energia.

No início dos anos setenta especulava-se a possibilidade do esgotamento das jazidas de petróleo até a virada do milênio. Atualmente discute-se a possibilidade de ainda existirem reservas exploráveis por pelo menos meio século ou mais. Assim, podemos entender que, antes de ocorrer o esgotamento final das jazidas de petróleo, gás natural e carvão é possível que já tenhamos substituído essas fontes energéticas por outras mais limpas devido às pressões ambientais. Seguramente os ecossistemas do planeta e o meio ambiente não resistirão por todo esse período com a perspectiva de aumentar a queima dos combustíveis fósseis. Pelo bem da humanidade e dos ecossistemas do Planeta Terra precisamos trabalhar para tornar viáveis novas alternativas de energias limpas. Entretanto, os Estados Unidos, o maior consumidor de energia no planeta realiza ainda projeções sobre as importações de petróleo que deverá realizar nas próximas décadas considerando inclusive o painel geopolítico mundial e, nesses estudos, o Brasil aparece como um de seus futuros fornecedores de petróleo. 

Vamos agora observar o caso brasileiro em relação ao consumo de energia por fontes.

Observe o gráfico abaixo:

Diferentemente do que acontece em termos gerais no mundo, o Brasil apresenta uma maior utilização de fontes de energia renováveis. Ainda é expressiva a utilização de derivados de petróleo, mas o Brasil utiliza muito a energia hidrelétrica, além da biomassa.

É muito importante fazer uma avaliação de cada fonte de energia utilizada no Brasil. Vamos procurar conhecer áreas de produção, consumo interno, prós e contras dessas fontes energéticas: 

Energia elétrica: ela pode ser obtida de diversas maneiras como em hidroelétricas, termoelétricas e núcleo elétricas. A maior parte da energia elétrica produzida no Brasil provém do potencial de nossos rios. O Brasil possui um dos maiores potencias hidroelétricos do mundo, mas ainda pouco aproveitado. As Bacias do Paraná e do São Francisco são muito utilizadas, como potencial dos grandes rios praticamente esgotado, mas as Bacias do Tocantins-Araguaia, Amazônica, do Uruguai e algumas secundárias ainda podem ser muito mais aproveitadas. O potencial hidrelétrico brasileiro é estimado em cerca de 210 mil MW de energia dos quais utilizamos pouco mais de 60 mil MW. A utilização da energia hidrelétrica depende da vazão do rio e da existência de quedas de água. Assim, serão importantes também a regularidade nessa vazão e a altura das quedas de água. Muitas vezes é necessário providenciar a construção de um reservatório (a represa) que poderá ser utilizado também para atividades de lazer-turismo, irrigação e piscicultura.

REFLITA:

Diante da crise energética brasileira, discute-se a retomada do Programa Nuclear Brasileiro para a reativação da construção de Angra III.

A questão é: há alternativas menos custosas e mais seguras para não precisarmos reiniciar a construção de usinas nucleares?

 

Gás natural: utilizado nas residências para aquecimento de água substituindo a torneira e o chuveiro elétricos, bem como no preparo de alimentos em substituição ao GLP (o gás de botijão), com menor risco também de explosão. utilizado nos transportes, na frota de ônibus, táxis e veículos de passeio, substituindo a gasolina, o diesel e o próprio álcool combustível. E ainda também utilizado nas indústrias como fonte de energia térmica em substituição a outras fontes de energia. Os problemas que envolvem o uso do gás natural estão no custo de implantação da rede de gasodutos e de distribuição e no fato de ser mais um combustível fóssil não renovável. Mas pode ser uma ótima alternativa complementar para as próximas três ou quatro décadas. Observe o quadro abaixo sobre os combustíveis fósseis:

Petróleo: a produção brasileira ainda é insuficiente para abastecer o mercado interno, mas as expectativas são de alcançar a auto-suficiência. Atualmente o Brasil importa 26% do que consome, percentual que vem se reduzindo nos últimos anos.

Biomassa: é a matéria de origem orgânica (lixo, serragem, bagaço decana, restos de vegetais como casca de árvores ou grãos) que pode ser utilizada para a obtenção de calor ou eletricidade em termoelétricas. Assim, vale a pena conferir a utilização desses recursos energéticos renováveis no Brasil. É importante lembrar que mais da metade do nosso consumo energético é proveniente de fontes renováveis (esse é um diferencial do Brasil no cenário mundial das fontes de energia). 

Álcool combustível: diante dos choques mundiais do petróleo na década de 1970 buscam-se alternativas e o Brasil investe em energias renováveis e mais limpas. Assim, surge o Pró-álcool para substituir a gasolina automotiva. Desenvolvem-se tecnologias na indústria automobilística que permitiram ao país criar um programa em grande escala de abastecimento de veículos com o uso do álcool em substituição aos derivados de petróleo. A criação do Pró-álcool provocou grande expansão da cultura da cana especialmente no Estado de São Paulo. Reduziu as importações de petróleo e trouxe ganhos na qualidade do ar nas grandes cidades. Entretanto, esse programa sofreu críticas como, por exemplo, em relação aos subsídios concedidos aos usineiros para a produção da cana e do álcool, para torna-lo atrativo ao consumidor. Os danos ambientais da monocultura da cana (poluição durante as queimadas dos canaviais, erosão do solo...) e os prejuízos sociais (substituição no uso de mão-de-obra permanente pela temporária, concentração de terras...) também são relevantes. Atualmente a produção de veículos movidos a álcool é reduzida, mesmo com os sobressaltos recentes no preço do petróleo no mercado internacional. Manter um programa que ocupa grandes extensões de terras para o cultivo de um gênero utilizado como combustível por uma minoria da população enquanto ainda há falta de alimentos para abastecer o mercado interno, parece irracional. Vale ressaltar também a queima do bagaço de cana, seguindo o princípio das usinas termoelétricas, para a geração de energia elétrica que contribui para o consumo das próprias usinas açucareiras. 

Lenha/carvão vegetal: o consumo dessa fonte de energia é extremamente prejudicial ao meio ambiente, seja pela devastação das formações vegetais, seja pela queima desse material que contribui para o efeito estufa. O uso desse recurso é encontrado em estabelecimentos comerciais (padarias, pizzarias, churrascarias), nas residências (fogão a lenha, churrasqueiras) e por siderúrgicas (compensando deficiências do carvão mineral). No entanto observa-se uma redução no consumo dessa fonte de energia no Brasil. Minas Gerais é o Estado de maior utilização dessa fonte de energia, o que tem destruído seus cerrados e matas tropicais. 

Energia solar: o uso deste com finalidade térmica (aquecimento de água em residências - substituindo chuveiros e torneiras elétricas) permite uma economia de até 35% na energia elétrica no consumo de uma residência e vem se tornando viável e mais barata. No entanto, para geração de energia elétrica através de células fotovoltaicas com propriedades eletroquímicas ainda implica um custo elevado e grandes áreas para instalação, além de se restringir aos locais com forte e regular insolação e apresentar problemas para armazenamento. Algumas experiências são promissoras no uso dessa energia limpa e renovável. 

Energia eólica: está em estágio inicial o aproveitamento no país com uma produção de apenas 20 MW. O maior potencial de exploração está no Nordeste, com destaque para o Estado do Ceará. É uma energia também limpa e renovável que está incluída nos Programas Emergenciais de Energia e as expectativas são de ampliar a oferta dessa energia até 1050 MW nos próximos quinze anos. No caso da energia obtida das marés, é possível se pensar no seu aproveitamento em alguns trechos do litoral nordestino, especialmente no Maranhão, onde se registram as maiores amplitudes de marés do nosso litoral. 

Outras alternativas: marés, óleo de babaçu ou outros óleos vegetais é insignificante no Brasil. Algumas delas demandam a criação de uma infra-estrutura de grande porte ou apresentam problemas para geração e distribuição em larga escala, ou ainda de armazenamento. Fica evidente que a questão energética é séria e requer um planejamento eficiente e cuidadoso, além de antecipado, para evitar o desabastecimento do mercado, o que compromete a qualidade de vida das pessoas, além de provocar gigantescos prejuízos econômicos para as empresas e perda de postos de trabalho pela redução das atividades econômicas e/ou do consumo.

LEITURA COMPLEMENTAR

As fontes de energia são recursos da natureza ou artificiais utilizados pela sociedade para a produção de algum tipo de energia. Esta, por sua vez, é utilizada com o objetivo de propiciar o deslocamento de veículos, gerar calor ou produzir eletricidade para os mais diversos fins.

Trata-se de um assunto extremamente estratégico no contexto geopolítico global, pois o desenvolvimento dos países depende de uma infraestrutura energética capaz de suprir as demandas de sua população e de suas atividades econômicas. As fontes de energia constituem-se também como uma questão ambiental, pois, a depender das formas de utilização dos diferentes recursos energéticos, graves impactos sobre a natureza podem ser ocasionados.

Os meios de transporte e comunicação, além das residências, indústrias, comércio, agricultura e vários campos da sociedade, dependem totalmente da disponibilidade de energia, tanto a eletricidade quanto os combustíveis. Por isso, com o crescimento socioeconômico de diversos países, a cada ano a procura por recursos para a geração de energia cresce, elevando também o caráter estratégico e até disputas internacionais em busca de muitos desses recursos.

As fontes de energia podem ser classificadas conforme a capacidade natural de reposição de seus recursos. Existem, assim, as chamadas fontes renováveis e as fontes não renováveis.

SAIBA MAIS NA INTERNET:

Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL): http://www.aneel.gov.br/
Ministério de Minas e Energia: http://www.mme.gov.br/
Agência Nacional do Petróleo (ANP): http://www.anp.gov.br/
Energia no Brasil: http://www.energiabrasil.gov.br/
Petrobrás: http://www2.petrobras.com.br/portugues/index.asp
Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM): http://www.dnpm.gov.br/