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AMÉRICA LATINA

CONCEITO

A expressão “América Latina” é usada comumente para se referir a todos os países do continente americano com exceção de EUA e Canadá.

Porém, não há nenhuma “lista” oficial de países “latino-americanos” e as diversas fontes de informação divergem um pouco quanto aos países que realmente fariam parte da América Latina.

Segundo o senso comum, ou o significado mais empregado, os países que compõem a “América Latina” seriam os que fazem parte da América do Sul, América Central e o México. Essa definição é parecida com a que é utilizada pela ONU, porém, da classificação geralmente utilizada por ela, são excluídos o Caribe e o México, embora eles possam aparecer em outras definições.

Por outro lado, algumas fontes definem a “América Latina” como o nome que se dá aos países dos continentes americanos que foram colonizados predominantemente por países latinos (denominação dada aos países europeus que surgiram após a queda do Império Romano do Ocidente e que têm como língua majoritária, línguas latinas. Por exemplo: Espanha, França, Portugal, Romênia, etc.) e onde a língua oficial é derivada do latim (neolatina), como o espanhol, o português e o francês. 

latina

A expressão teria sido usada pela primeira vez por Napoleão III no século XIX, na mesma época em que teria surgido a expressão de “Europa latina” para designar os países europeus de língua neolatina. Outras fontes apontam para Michel Chevalier que teria usado o termo em 1836. A junção de todos os países das Américas do Sul e Central em uma denominação comum, não pode, contudo, levar a uma interpretação errônea de que todos estes países são iguais. Seja cultural, econômica, ou socialmente.

Economia da América Latina

O nome América Latina é derivado das línguas faladas em diversas partes do continente americano. Na América do Norte, somente o México está inserido nesse contexto, além de toda a América Central e do Sul. Isso significa que são países de língua latina, como o português, o francês e o espanhol.  Os países que integram a América Latina possuem semelhanças quanto à condição de subdesenvolvimento, tais como economia fragilizada e atrasada, problemas sociais e políticos.

Na América Latina era desenvolvida a agricultura de subsistência, incluindo ainda caça, pesca e coleta. Com a chegada dos colonizadores europeus, grande parte dos países latinos passaram a cultivar produtos destinados à exportação, com o objetivo de obter lucro. São identificadas duas formas de produção, uma destinada ao mercado externo (monocultura) e outra direcionada ao abastecimento interno (policultura).

Os países latinos são grandes exportadores de produtos primários. Além disso, tiveram uma industrialização tardia em relação às nações desenvolvidas, motivo que fez com que a América Latina se tornasse dependente. Economia atual. Recentemente foram realizadas mudanças significativas na agricultura latina que promoveram alterações profundas no espaço e na economia. As mudanças ocorreram em decorrência da inserção de máquinas, tecnologias, implementos, insumos agrícolas (herbicidas, fertilizantes, inseticidas entre outros) e técnicas de manejo, que resultou no aumento da produtividade e, consequentemente, dos lucros.

A pecuária ocupa hoje um lugar de destaque, atividade praticada de forma semi-intensiva, são criadas raças bovinas europeias em regiões de clima frio e a raça zebu em áreas de clima tropical. Outra atividade econômica bastante difundida em praticamente todos os países da América Latina é o extrativismo e a mineração. Existe um grande fluxo comercial desenvolvido internamente entre os componentes latinos, uma vez que há uma dependência em relação a alguns minérios, além da sua exportação para diversos lugares do mundo.

 O setor industrial é dividido em indústrias tradicionais e de beneficiamento. Atuam na produção de matéria-prima a partir do beneficiamento de minérios ou produtos agropecuários, incluindo aquelas que produzem bens de consumo, como as tradicionais indústrias alimentícias e têxteis, apesar de alguns países possuírem um setor industrial mais diversificado, que varia desde a indústria de base até a tecnologia de ponta, com essas características temos o Brasil, a Argentina e o México.

LEITURA COMPLEMENTAR

A América Latina compreende mais de 20 países. Todos são ex-colônias de potências europeias de idiomas latinos e falam espanhol, português ou francês. Países colonizados por Holanda e Inglaterra – caso de Guiana, Belize e Suriname – não são considerados latinos. Nos Estados Unidos da América, entretanto, usa-se a expressão “América Latina” para designar todos os países centro e sul-americanos, sem distinção do idioma falado.

Aspectos Físico e Naturais: A maior parte das terras latino-americanas está na zona intertropical, que condiciona suas vegetações e climas. O relevo da região varia das altas cordilheiras na porção oeste (derivadas de dobramentos modernos) a grandes planícies fluviais (como a do rio Amazonas). De forma geral, a oeste, o relevo é recente e elevado. A leste, é antigo, desgastado e rebaixado.


Aspectos políticos e humanos: Toda a América Latina é marcada pelo subdesenvolvimento, pela industrialização tardia e dependente de capital externo, pelos problemas sociais e políticos e, em certa medida, pela instabilidade política. A região engloba diversas etnias, principalmente por causa de movimentos demográficos ocorridos durante a época colonial – como a chegada forçada de negros da África Subsaariana e a vinda de europeus na passagem do século 19 para o 20.  Assim, há países com expressiva população descendente de ameríndios (caso de Bolívia e Peru), de africanos (Brasil, Venezuela, Colômbia e países do Caribe) e de europeus (Argentina, Uruguai e Chile). O idioma mais falado na região é o espanhol, seguido pelo português (por conta da grande população brasileira) e pelo francês.


Aspectos econômicos: Considerada economicamente subdesenvolvida, a América Latina caracteriza-se por ser grande exportadora de produtos agrícolas e minerais para os países desenvolvidos. O setor primário, portanto, é muito importante para a economia de seus países e emprega parcela significativa da população regional.


Extrativismo mineral: Alguns dos maiores produtores mundiais de determinados minerais são latino-americanos. Isso ocorre, por exemplo, com o petróleo (com Venezuela, México e, agora, o Brasil, por conta da camada pré-sal), o ferro (Chile e Brasil são primeiro e o segundo maiores produtores mundiais), o manganês (Brasil é o segundo maior produtor mundial), o estanho (Bolívia), a prata (México e Peru) e a platina (Colômbia).


Agropecuária: Na América Latina, o setor é marcado por grande concentração de terras, que gera diversos conflitos fundiários – especialmente no México, no Brasil e na Bolívia. Em geral, a agricultura e a pecuária tradicional (culturas extensivas, com técnicas primitivas e sem seleção de plantel) fornecem alimentos para as populações urbanas e rurais. Quando moderna e mecanizada, a produção agropecuária regional está muito vinculada ao capital externo e destina-se, sobretudo, à exportação.


Indústria: Brasil, Argentina e México possuem parques industriais expressivos, com indústria de base e de tecnologias de ponta, mas são exceções. A maior parte dos países latino-americanos detém apenas indústrias tradicionais têxteis, alimentícias e de beneficiamento de matérias-primas para exportação.

FIQUE ATENTO!

Recentes tensões da região apareceram com destaque nos noticiários nacionais e internacionais. Alguns exemplos são:

  • Reativamento da 4ª Frota Naval americana, encarregada de patrulhar o Atlântico Sul e mantê-lo como zona de influência exclusiva norte-americana;
  • Aumento de tensões entre Colômbia e Venezuela por conta do ataque colombiano às Farc (Forças Armadas Revolucionarias da Colômbia) no Equador e ao acordo militar que permite aos EUA construir bases militares na Colômbia; 
  • Modernização do arsenal militar da Venezuela;
  • Organismos multinacionais como a Unasul (União de Nações Sul-Americanas) e a Alba (Aliança Bolivariana para as Américas) são tentativas de integrar e unir os países latino-americanos aliados às ideologias dessas organizações. 
  • Surgimento do bolivarianismo como ideologia da América Latina – principalmente na Venezuela e na Bolívia – em contraposição ao neoliberalismo.