Existem três fatores ligados à produção agrícola: o físico, como o solo e o clima; o fator humano, que corresponde à mão de obra em seu desenvolvimento; e o fator econômico, que se refere ao valor da terra e o nível de tecnologias aplicadas na produção.
Dentre os fatores naturais, sem dúvida, o clima é o que exerce maior influência no desenvolvimento da agricultura. Caso a chuva atrase, por exemplo, a lavoura fica comprometida; se chover excessivamente, a mesma também será prejudicada.
Outro elemento natural indispensável para a agricultura é o solo. Esse é um recurso mineral renovável essencial para os vegetais, uma vez que é nele que a planta se desenvolve e retira nutriente e água para a germinação, crescimento e produção de frutos. Mas, em muitas áreas do território brasileiro, os solos possuem baixa fertilidade ou problemas como acidez elevada. Muitos solos do país, para produzirem satisfatoriamente, necessitam da aplicação de adubos, corretivos químicos e fertilizantes:
- Lixiviação: constitui no empobrecimento dos solos em regiões de climas muito úmidos com chuvas freqüentes que através do escoamento superficial retiram o material fértil do solo;
- Laterização: constitui na formação de uma crosta ferruginosa endurecida próxima à superfície do solo pela concentração de óxidos de ferro e alumínio. Ocorre em áreas de clima tropical em que se alternam uma estação chuvosa(dissolução desses óxidos) e seca (quando esse material se acumula próximo à superfície e forma a crosta).
- Erosão e esgotamento do solo: provoca a destruição física do solo e a perda de sua qualidade. Quando desprotegido, pela retirada da vegetação, acentua-se esse processo, retirando-se as partículas que formam o solo, seus constituintes minerais e orgânicos. Quando em estágio avançado provoca a formação de sulcos profundos denominados voçorocas. É causado pela ação do clima, em áreas com chuvas intensas. Mas é agravado pelo uso de técnicas agropecuárias incorretas, predatórias e prejudiciais ao solo: desmatamento (especialmente junto às margens dos rios), monocultura sem os cuidados necessários (reposição do material fértil ao solo), cultivo seguindo a mesma linha do declive do terreno (sem a aplicação das curvas de nível e/ou terraceamento), excesso de animais sobre o solo e excesso de peso sobre o mesmo.
O fator humano está ligado diretamente com a força de trabalho empregada no plantio, nos cuidados e na colheita. Desta forma, é possível verificar o tipo de mão de obra aplicada, a quantidade, a qualificação e também as relações de trabalho estabelecidas entre o empregado e o empregador, as quais são determinadas pelo nível tecnológico inserido na produção. Assim, quanto mais mecanizada e desenvolvida for a propriedade, menor será a necessidade de mão de obra. A seguir, as duas principais vertentes da agricultura: primitiva ou de subsistência e comercial ou monocultora.
- Agricultura de subsistência: tem a finalidade de fornecer alimento e matéria-prima para os trabalhadores que estão envolvidos na produção e gerar uma produção excedente para ser comercializada no mercado local.
- Agricultura comercial: é destinada à exportação ou mesmo ao mercado interno, na qual se usa grandes extensões de terra com aplicação de tecnologias que alcançam elevados índices de produtividade.
No campo existem duas formas de trabalho e remuneração:
- Na primeira, o trabalho desempenhado não gera um salário fixo, o trabalhador recebe um lugar para morar e também o direito de plantar na propriedade de terceiros. Da colheita, o trabalhador recebe um percentual, ficando o restante com o dono da propriedade rural.
- Na segunda, existe o pagamento de salário, essa relação de trabalho pode ser temporária ou não. Essas práticas variam de acordo com o nível de desenvolvimento da região.
Os recursos financeiros aplicados na produção agrícola são de suma importância para o modelo de agricultura que se pretende desenvolver. Em áreas onde a agricultura é praticada de maneira comercial ocorre a utilização de insumos agrícolas (fertilizantes, agrotóxicos e maquinários), elementos que favorecem o aumento significativo da produção, sem que haja a necessidade de se empregar muita mão de obra. Na agricultura de subsistência, a quantidade de trabalhadores é elevada, pois não há máquinas para a realização do trabalho, a produtividade é baixa diante da quase inexistência de tecnologias inseridas no sistema produtivo.
Esses fatores provocam uma grande disparidade, pois as grandes propriedades rurais destinam suas produções para o mercado externo e para as indústrias, o que faz com que o abastecimento interno fique prejudicado.
Assista abaixo a aula com o Prof. Yomar Seixas: