Saltar navegação

TEORIAS POLÍTICAS MODERNAS

Na história ocidental, denominou-se “moderno” o período que começou no séc. XVII, após o Renascimento.

Vimos que o Renascimento (fins do séc. XIV até  fins do séc. XVI ) foi um movimento filosófico, literário e artístico, espalhado da Itália para toda a Europa. Termo de origem religiosa e que durante a Idade Média designou o retorno do homem a Deus, a partir do século XV Renascença representou a renovação moral, política e intelectual.

Com o Renascimento, surgiram  pensadores que começaram a  tratar os fenômenos sociais numa perspectiva realista e não religiosa. Assim, escrevem sobre a sociedade de sua época: Maquiavel, (considerado o primeiro cientista político) em O Príncipe; Tomás Morus, em Utopia; Tommaso Campanella, em A Cidade do Sol; Francis Bacon, em Nova Atlântida. Mais tarde, destacam-se Elogio da Loucura, de Erasmo de Rotterdam, e Leviatã, de Thomas Hobbes.

Depois dos renascentistas vieram os iluministas. Fruto da modernidade, o Iluminismo (também conhecido como Filosofia das Luzes) foi o movimento filosófico do séc. XVIII, caracterizado pela confiança no progresso e na razão, pelo desafio à tradição e pela liberdade de pensamento. A heteronomia (heteros, o outro entre dois, e nomos, regra), que prevalecia de acordo com a ordem religiosa, com o Iluminismo foi substituída pela autonomia (autós, este aqui, eu mesmo), em que o homem dirige-se por leis ou régras próprias. O suíço Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), foi um  dos principais filósofos que pensou a política no Iluminismo.

Este panorama intelectual reflete interesses da burguesia consolidada no poder político e econômico, interesses de uma classe revolucionária e  dirigente. O capital se expande em diversos ramos de atividade. Desenvolve-se intensamente a manufatura, tornando-se necessário o desenvolvimento de novas técnicas de produção.

O trabalho, antes realizado com  mãos ou  ferramentas simples, incorpora novas divisões. A máquina a vapor passa a ser a grande otimização econômica, e inaugura um processo irreversível de construção de novas máquinas. Surge junto à burguesia, entre as máquinas que tecem e descaroçam o algodão e as quentes  que “cospem fumaça”, uma nova classe: o operário.. Essas alterações no processo produtivo, somadas a herança cultural e intelectual do séc. XVII irão definir o séc .XVIII como um século explosivo, servindo de exemplo e parâmetro para as revoluções políticas posteriores.

Na Idade Moderna, o capitalismo, filho da Idade Média, cresceu e atingiu sua emancipação. Algumas teorias que trataremos a partir de agora,  sustentaram teoricamente, nas suas mais diversas formas,  esta nova realidade capital, como em geral o contratualismo e o liberalismo. Outras, como o socialismo,  trataram do questionamento e das propostas alternativas  ao capitalismo. Porém, antes de abordarmos o pensamento dos  contratualistas e dos liberais, faremos uma incursão ao maquiavelismo, entendendo aqui se tratar de um modelo  realista e experimental, inaugurado por Maquiavel, que provocou uma revolução nas teorias políticas, separando o que após Antiguidade e a Idade Média encontravam-se juntas: ética, religião e política. Ele iniciou a ciência política moderna e pavimentou o caminho para os  contratualistas e os liberais, e também para os socialistas.