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NEOLIBERALISMO

O liberalismo fundamentou a expansão da economia capitalista, que trouxe um desenvolvimento impar em toda a história da humanidade. Em praticamente 200 anos, superamos toda a  técnica desenvolvida em mais de 3.000 anos. Verdadeiras maravilhas foram criadas, marcando decisivamente como tecnológica nossa civilização. Conhecemos o telefone, o rádio, a fotografia, o cinema, a televisão, o computador, a Internet, o fax, o forno de microondas, a cura de muitas doenças, satélites, ônibus espaciais, etc.. Muitas coisas, hoje consideradas normais e simples em nosso cotidiano, eram temas de ficção científica. Assim como hoje, também muitas coisas consideradas ficção científica poderão, em um futuro não muito distante, ser pura realidade. No passado, era ficção a imagem de um robô. Hoje, temos um número variado deles, desempenhando funções humanas, principalmente na linha de montagem industrial. E no presente, é ficção falar em igualdade social?

Diante dos inúmeros problemas ocasionados pela lógica capitalista, o maior deles é a desigualdade social. Desde que o capitalismo se tornou o modo produção dominante em todo o mundo, a concentração de renda em poucas mãos e a proliferação da miséria tem aumentado vertiginosamente. Em apenas uma dúzia de países bem sucedidos o capitalismo obteve sucesso, levando em conta o bom nível de vida de  seus operários. Os demais países, entre eles o Brasil, sofrem um processo crescente de injustiças sociais, agravado por um novo impulso do capitalismo: o neoliberalismo.    

Antes do neoliberalismo, o Estado, no início do século XX, começou a adquirir um caráter intervencionista, chamado de Estado de Bem Estar Social. Este intervencionismo configurou-se em ações controladoras no campo econômico e social, e deflagrou um processo de prosperidade econômica a partir da Segunda Guerra Mundial. Sobretudo nos EUA e na Inglaterra, fruto deste caráter intervencionista do Estado, surgem programas de empréstimos a empresas, e políticas assistenciais responsáveis por melhores condições de vida e trabalho  dos operários. Portanto, o Estado  capitalista, contrariando as aspirações liberais, entre elas, a nítida separação entre Estado e sociedade civil, provoca uma reação liberal, um novo  liberalismo.

O chamado neoliberalismo resultou do encontro de duas correntes do pensamento econômico: a Escola Austríaca e a Escola de Chicago. O principal representante da primeira foi  Leopold von Wiese, que na década de 40  prosseguiu com Friedrich von Heyek, autor de "O Caminho da Servidão" (1944),  considerado a “Bíblia” do neoliberalismo. A Segunda, Escola de Chicago, foi fundada pelo prof. Milton Friedman, e combateu especialmente a política do Presidente Roosevelt (New Deal), dos EUA. Os neoliberais consideram o mercado auto-suficiente e auto-regulado, e qualquer tipo intervenção estatal contraria suas leis próprias, levando a crise do capitalismo. Para eles o poder do mercado é ilimitado e o poder do Estado deve ser, ao contrário, limitado.

Contra qualquer interferência do Estado no mercado, os neoliberais atribuíram às conquistas sindicais a culpa pela adulteração da dinâmica natural dos preços dos produtos e do valor dos salários. Porém, as teses neoliberais só ultrapassaram os limites da academia a partir da década de setenta, quando a grande crise do petróleo provocou uma grande onda inflacionária. Com isto, inicia-se um processo de desmonte do Estado, com a diminuição dos impostos, a privatização das estatais, e as demissões de seus funcionários. A Inglaterra, com a Sra. Margaret Tatcher, foi o primeiro país do ocidente a empregar  os princípios neoliberais. Ela aprovou leis que limitaram  as atividades sindicais e que diminuíram os impostos sobre as grandes fortunas, além disto privatizou diversas empresas estatais, diminuindo a função pública do Estado. Nos EUA, o presidente Ronald Reagan foi o precursor, e no Brasil o neoliberalismo começou com  Fernando Collor de Melo. Hoje, a ordem econômica que impera na esmagadora maioria dos países é o neoliberalismo.