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JEAN-JACQUES ROUSSEAU

Na França, o filósofo suíço Jean-Jacques Rousseau, filho de um relojoeiro, não perdeu a hora na tarefa de defender uma sociedade baseada na justiça, na igualdade e na soberania do povo. Suas principais idéias deste iluminista estão nas obras: EmílioDiscurso sobre a Origem da Desigualdade entre os Homens e O Contrato Social.

As idéias do brilhante filósofo, além de fundarem a concepção democrático-burguesa, inspiraram os movimentos socialistas do século XIX.

Como os demais contratualistas, Rousseau afirma que a sociedade se funda num contrato, porém estabelece diferenças fundamentais em sua concepção. Ao contrário de Hobbes, que via no estado de natureza o homem egoísta e cruel, Rousseau viu um homem feliz, sadio, livre e igual.

Em O Contrato Social ele afirma que “O homem nasce puro; a sociedade é que o corrompe.” E ao contrário de Locke, onde o contrato é a realização da sociedade civil e do Estado, para Rousseau é somente a sociedade civil, de onde emana o poder soberano do povo, independente do Estado. Locke defende a liberdade em função da propriedade, Rousseau atribuiu à propriedade a causa da corrupção dos homens, da queda das democracias e do crescimento das desigualdades sociais. Para ele, onde existe desigualdade não existe liberdade.

Inspirado pela antiga democracia direta de Atenas, onde a soberania era exercida na assembléia, Rousseau rompe com a separação dos três poderes (legislativo, executivo e judiciário) submetendo a vontade individual à vontade geral expressa por maioria na assembléia, único lugar verdadeiramente soberano.  Porém, admitindo o caráter utópico desta concepção, Rousseau afirmou que este tipo de democracia nunca havia existido e  talvez nem viesse a existir,  mesmo entre os gregos, onde a participação era limitada ao cidadão ocioso.