EVOLUÇÃO LOGÍSTICA
CONCEITO
O conceito de logística empresarial remete às primeiras definições de logística do mundo militar, surgido para designar a organização e gestão dos recursos necessários às batalhas e à sobrevivência de soldados, com relação principalmente às atividades de aquisição, transporte, estocagem e manutenção de materiais, equipamentos e pessoal.
Visando o aumenta a eficiência de operações, a logística perdurou no mundo empresarial, trazendo vantagens singulares que compreende o planejamento, coordenação, controle e desenvolvimento das operações destinadas a abrigar, manter adequadamente estocado e em condições de uso, bem como expedir no momento oportuno os materiais necessários à empresa.
A história nos apresenta alguns exemplos que ressaltam a importância da Logística para que o homem pudesse atingir seus objetivos econômicos e militares. O Império Romano conseguiu consolidar e manter o seu poderio durante séculos em razão da disponibilidade de boas redes de estradas que convergiam para Roma.
Na Idade Média, o custo para deslocar os meios de combate das Cruzadas era elevado, apesar de serem patrocinadas pelos barões feudais e pelo Papa, tinham o objetivo de libertar os lugares ocupados por povos contrários ao cristianismo na Terra Santa, atual região onde se situam Israel e a Palestina, transportando uma enorme quantidade de suprimentos, armas, combatentes e animais de montaria. Esses múltiplos aspectos que envolviam o transporte e o suprimento das Cruzadas representavam manifestações da Logística.
Na era das grandes navegações, o sucesso inicial de Portugal e Espanha na expansão e consolidação do seu Império Colonial Ultramarino foi o resultado de sua capacidade de instalar uma complexa estrutura de feitorias e fortalezas ao longo do litoral de suas colônias. Tal procedimento permitia a manutenção de uma rede de apoio para as suas naus e caravelas, bem como estabelecia as bases de um sistema de exploração das riquezas e do comércio com a metrópole. Mais uma vez, essa estrutura caracterizava um sistema logístico em ação.
Mais adiante, na Segunda Guerra Mundial, o emprego de ações estratégicas amparada pela Logística assumiu proporções gigantescas. Os alemães estabeleceram um bloqueio naval à Grã-Bretanha com a sua frota de submarinos, para produzir um GARGALO LOGÍSTICO a fim de pressioná-la à rendição. Os aliados, num segundo momento, fizeram o mesmo em todos os territórios ocupados pelos nazistas, de tal forma que, por intermédio de suas forças aéreas, eles destruíam composições ferroviárias, pontes, estradas, veículos e tudo o que pudesse ser empregado para abastecer as tropas alemãs.
No Brasil, a logística começou a dar seus primeiros passos por volta do início dos anos 1980. Logo após a tecnologia da informação começou a crescer em solo pátrio. Nesse período começamos a experimentar o crescimento da concorrência e a necessidade de se diferenciar por serviços.
Surge nessa época, conforme Josival Soares (2006), em sua matéria sobre a evolução da logística, entidades como a Associação Brasileira de Supermercados, Associação Brasileira de Logística e o Instituto de Movimentação e Armazenagem com a difícil missão de disseminar a Logística no país.
A cultura de se preocupar primeiramente com o preço estava enraizada nos empresários da época.
A Associação Brasileira de Logística define logística como: “Processo de planejar, implementar e controlar eficientemente, ao custo correto, o fluxo e armazenagem de matéria-prima, estoque durante a produção e produtos acabados, desde do ponto de origem até o consumidor final, visando atender os requisitos do cliente.”
A Logística empresarial nasceu da importância da redução de custos nas empresas e na maior importância que se dá hoje em atendimento das necessidades dos clientes. Quando todos os produtos se tornam iguais, a empresa mais competitiva será aquela que conseguir ser mais eficiente e eficaz, se antecipando a prováveis problemas que possa vir a enfrentar.
Quanto ao seu processo de evolução até os dias atuais, podemos relatar:
- Décadas de 50 a 70, as descobertas na área de matemática, computação, pesquisa operacional, o movimento pela qualidade total, a teoria dos sistemas, entre outros fatores, começam a gerar resultados crescentes para as empresas.
- Décadas de 70 a 90, as empresas começam a se tornar mais integrada, com um grande aliado que tende a se tornar mais e mais difundido: os computadores pessoais. Esta fase é conhecida como semi-maturidade da logística, com novos estudo e novas tecnologias.
- Após a década de 90, inicia-se o conhecimento cientifico, estudos das relações, dispersões, movimentos etc., com foco em Administração de Matérias, Distribuição, Movimentação e Armazenagem de Matérias.
- Hoje, muito mais complexo e amplo, o foco está no Controle, Planejamento, Tecnologia da Informação, Finanças e Serviço ao Cliente. Todas essas evoluções, aliadas ao processo de globalização, trouxeram novos desafios para as organizações, que é a competitividade no mercado globalizado. Daí surge a necessidade de se produzir e distribuir a custos mais adequados, sem perda de eficiências e qualidades do produto.
A nova realidade exigiu uma mudança de comportamento nas organizações, chegando à fusão de algumas.
A tecnologia tem um papel fundamental na evolução Logística, com o surgimento dos ERP´s (Enterprise Resource Planning ou Planejamento dos Recursos do Negócio) trata da integração dos departamentos das organizações, facilitando o controle e planejamento; WMS´s (Warehouse Management Systems ou Sistemas de Gerenciamento de Armazém) controla e otimiza a movimentação de mercadorias.
Os sistemas de Rastreamentos (tecnologia embarcada) são utilizados para rastrear as unidades móveis de diversos tipos modais; Roterizadores são utilizados para otimizar as rotas, proporcionando a menor dispersão de tempo e quilometragem possível.
Aliado as ferramentas de marketing de relacionamento, cuja finalidade principal é controlar o consumo de cada cliente final, pode se chegar a variadas características de consumo de um determinado mercado.
O ponto ainda vulnerável na Logística é o capital humano, que apesar do conceito, relativamente novo no Brasil, em função do pouco tempo, foi menos desenvolvido que as tecnologias.