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CUSTOS LOGÍSTICOS

CONCEITO

Os custos logísticos representam uma parte ponderável na composição de custos dos produtos na ponta do consumidor final. 

Embora os estudos que visam analisar detalhadamente todos os fatores que influem no custo logístico sejam relativamente recentes, desde os primórdios da humanidade, quando um homem da cavernas matou um animal grande demais para carregar e para levá-lo teve que chamar os companheiros para ajudar, tendo que dar um pedaço para cada um, para compensar a ajuda no transporte é que se sabe que o serviço de transporte tem um custo.

Com a velocidade dos meios de transporte os comerciantes verificaram que se pudessem levar uma mercadoria que fosse abundante em um determinado lugar para outro onde a mesma fosse escassa e desejada, seria possível vende-la por um preço mais alto.

Mas deste acréscimo de lucro deveriam ser reduzidos os custos para levar a mercadoria de uma região para outra, e estes custos não eram compostos apenas pelos custos de transporte mas também por outros, como a embalagem, a mão de obra para carregar e descarregar, a necessidade de um local para guardar o produto, a proteção contra ladrões, as perdas por varias razões, etc. Somente há pouco mais de duas décadas é que o Brasil começou-se a dar a devida importância ao estudo dos custos logísticos.

No nosso país o sistema rodoviário responde pelo transporte de cerca de 70% das cargas movimentadas.

O transporte ferroviário que nos países europeus, Estados Unidos e principalmente Japão, competem eficazmente com o rodoviário, no Brasil sofre um dos principais males da nossa atualidade, é em sua quase totalidade é administrativo direta ou indiretamente pelo governo.

O transporte marítimo tem sua competitividade muito limitada, pois enquanto a navegação, tanto na cabotagem como no longo curso são operados em regime de competição, a operação portuária, com sua morosidade, falta de aparelhagem adequada e controlada por um dos sindicatos mais fortes do Brasil, os estivadores, encarece e dificulta o uso da modalidade de transporte. Na exportação ou importação, pela limitação de alternativas, tem-se que usar o transporte marítimo, mas na cabotagem, com exceção de determinados tipos de carga, como as de valor unitário relativamente baixo e que são transportados em grandes volumes, tais como derivados de petróleo, minérios em bruto ou semi-processados, a competição do transporte marítimo tende a manter-se limitada, até que algum dia sejam alteradas as atuais condições portuárias.

O transporte aéreo de carga no Brasil está em fase de expansão, com as empresas aéreas adquirindo novos aviões cargueiros, inclusive havendo empresários do ramo rodoviário que ingressam nessa atividade. A principal força de competitividade do transporte aéreo é o tempo total da operação, mesmo contando com a demora dos aeroportos e o transporte rodoviário nas pontas. As suas principais limitações são o custo, a oferta total de carga no sistema e as restrições de peso unitário da carga.

Provavelmente, até o próximo século, o quadro geral dos transportes no Brasil não deverá sofrer grandes alterações, pois a absoluta falta de dinheiro do governo tolhe qualquer iniciativa de planos mais arrojados nesta área e as privatizações, se realmente levadas avante, ainda demorarão alguns anos para se tornarem efetivas.

Consequentemente, temos que aprender a tirar o máximo proveito dos condições atuais e isso só será possível se conhecermos a fundo as particularidades do nosso ambiente logístico.

Os custos logísticos podem ser separados em duas categorias: custos diretos e custos indiretos, onde:

  • L = Custo logístico direto
  • T = Custo do transporte: trata-se do frete pago em função da modalidade do transporte escolhida para transportar a carga.
  • M = Custo de movimentação: trata-se dos custos relativos a todas as movimentações da mercadoria desde os seu local de armazenagem na origem até o seu local de armazenagem no destino, isto é, a sua retirada do armazém da fabrica até a plataforma de embarque, colocação no veículo de transporte (carregamento), retirada no local de destino (descarregamento) e movimentação até o local de estocagem no destino.
  • A = Custo de armazenagem: Representa o custo de instalação e manutenção do armazém para guardar a mercadoria, inclui: aluguéis depreciação, manutenções mão-de-obra do armazém , luz, água, seguros de estoque e do prédio, De um modo geral é uma função do projeto do armazém , das instalações, da equipe de trabalho, do valor das mercadorias e das características específicas da mesma.
  • P = Custo das perdas: É o custo das perdas durante a estocagem, movimentação e transporte. Estas perdas podem ser por avarias, vazamentos, contaminações, roubo, acidentes, etc. No transporte a granel as perdas ocorrem principalmente durante as transferências de um local para outro. Este custo é principalmente uma função do custo do tipo de mercadoria transportada e dos equipamentos usados para manuseio e transporte.
  • AD = Custo de administração: São os custos relativos a administração do sistema logístico. Geralmente são custos fixos e independem da quantidade estocada e das quantidades em trânsito. Muitas vezes este custo é laçado nos custos indiretos .
  • E = Custo da embalagem: Muitas vezes o produto requer uma embalagem para ser transportado. Mesmo que ele tenha uma embalagem própria, pode ser necessária uma embalagem “coletiva” ou “embalagem de transporte” se considerarmos uma lata de conservas, a lata é a embalagem do produto, entretanto, para chegar as mãos do consumidor é necessário usar uma caixa de papelão para proteger as latas durante o transporte, pois o consumidor deixará de comprar o produto se a lata estiver amassada, mesmo que levemente. Em muitos casos, para facilitar o manuseio costuma-se enviar os produtos sobre um palete (estrado de madeira) que é usado apenas na viagem de ida (one way pallet).
  • S = Custo de seguros: É o custo do seguro para cobrir uma eventual perda, total ou parcial da mercadoria durante toda a viagem, desde a origem até o destino final. Este custo é principalmente uma função do valor da mercadoria, da viagem que irá executar, e dos antecedentes de viagens anteriores naquelas condições de viagem.
  • I = Custos dos impostos: Toda vez que se movimenta uma mercadoria de um ponto a outro se deve pagar impostos, inclusive o próprio transporte, a armazenagem e serviços prestados por terceiros. Embora alguns impostos sejam recuperáveis, como é o caso do ICMS, outros como o PIS/CONFINS não o são. Mesmo os impostos recuperáveis têm o custo do capital investido em pagamento antecipado.

Quando se tratar de transporte intermodal, por exemplo: rodoviário-aéreo-rodoviário, temos: frete rodoviário da origem até ao aeroporto A; frete aéreo do aeroporto A até ao aeroporto B; e finalmente o frete rodoviário do aeroporto B até o destino final da carga.

Neste caso o frete total será a soma dos fretes pagos. De um modo geral o frete é uma função de peso, volume, valor da mercadoria transportada, distância entre o ponto inicial e final e da modalidade de transporte escolhida. O frete é influenciado também por outros fatores tais como: a quantidade total transportada, números de embarques, oferta de transporte na rota, etc.