O Império Carolíngio, também conhecido como o Império de Carlos Magno, foi o momento de maior esplendor do Reino Franco (ocupava a região central da Europa). Este período ocorreu durante o reinado do imperador Carlos Magno (768 - 814). Ocupando grande parte da região central da Europa, este estado medieval é o embrião da atual França. Com a desagregação do Império Romano e a organização da sociedade feudal, inúmeros reinos se formaram. O reino Franco, formado na Gália (atual França), foi o mais duradouro desses novos territórios. Ali, a dinastia carolíngia sucedeu à dinastia merovíngia em 751, sendo fundada por Pepino, o Breve, que naquele ano depôs o último merovíngio e se fez eleger rei dos francos por uma assembleia do seu povo, para além da sagração papal em 754.
Em 768, a Dinastia Carolíngia foi entregue a Carlos Magno, monarca responsável pelo apogeu da dominação dos francos na Europa medieval. Seguindo uma política de tom expansionista, o novo rei promoveu o domínio de territórios situados na península itálica e entrou em luta contra os muçulmanos, estabelecendo a Marca Hispanica, na região sul dos Pirineus (espécie de zona neutra, destinada a isolar e proteger as fronteiras do império). Logo depois, conquistou a cidade de Barcelona, as ilhas Baleares e impôs sua dominação sob os povos saxões da Germânia.
Com uma política voltada para o expansionismo militar, Carlos Magno expandiu o império, além dos limites conquistados por seu pai, Pepino, o Breve. Conquistou a Saxônia, Lombardia, Baviera, e uma faixa do território da atual Espanha.
Embora as conquistas militares tenham sido significativas, foi nas áreas cultural, educacional e administrativa que o Império Carolíngio demonstrou grande avanço. Carlos Magno preocupou-se em preservar a cultura greco-romana, investiu na construção de escolas, criou um novo sistema monetário e estimulou o desenvolvimento das artes. Graças a estes avanços, o período ficou conhecido como o Renascimento Carolíngio.
Reforma
Educacional
Na área educacional, o monge inglês Alcuíno foi o responsável pelo desenvolvimento do projeto escolar de Carlos Magno. A manutenção dos conhecimentos clássicos (gregos e romanos) tornou-se o objetivo principal desta reforma educacional. As escolas funcionavam junto aos mosteiros (escolas monacais), aos bispados (escolas catedrais) ou às cortes (escolas palatinas). Nestas escolas eram ensinadas as sete artes liberais: aritmética, geometria, astronomia, música, gramática, retórica e dialética.
Administração territorial
Formando um vasto território, Carlos Magno teve grande preocupação em organizar administrativamente as regiões conquistadas. Para tanto, criou um sistema bem eficiente, onde realizou a doação de terras a todos os nobres que o auxiliavam durante as batalhas. Além disso, dividiu todos os domínios imperiais em duzentos condados que seriam geridos por um nobre e um bispo. O controle do poder exercido por esses líderes locais era fiscalizado por um funcionário público chamado missi dominici ("enviados do senhor"). Ou seja, eles deveriam verificar e avisar ao imperador sobre a cobrança dos impostos, aplicação das leis e etc.
Arte carolíngia
A arte sofreu uma grande influência das culturas grega, romana e bizantina. Destacam-se a construção de palácios e igrejas. As iluminuras (livros pequenos com muitas ilustrações, com detalhes em dourado) e os relicários (recipientes decorados para guardar relíquias sagradas) também marcaram este período.
Coroação
No ano de 800, um importante fato histórico representou o poder de Carlos Magno. Aproximou-se da Igreja Católica e foi coroado imperador, do Sacro Império Romano-Germânico, pelo papa Leão III. Desta forma, colocou-se como um defensor e disseminador da fé cristã pelas terras dominadas.
Principais regiões conquistadas por Carlos Magno
a) Conquista da Germânia em 772.
b) Conquista da Pavia em 774.
c) Anexação do Ducado de Friuli (Itália).
d) Conquista das Ilhas Baleares em 779.
e) Conquista do Ducado de Spoleto na Itália em 780.
f) Tomada da cidade de Barcelona em 801.
Enfraquecimento do império
Após a morte de Carlos Magno, em 814, o Império Carolíngio perdeu força. As terras do império foram divididas entre seus três filhos por meio do Tratado de Verdun (843). Carlos, o Calvo, ficou com a França Ocidental (que deu origem ao Reino da França); Luís, o Germânico, com a França Oriental (a futura Alemanha); e Lotário, com a França Central, repartida após a sua morte, em 870, entre Carlos e Luís.
Após esta divisão, outras mais ocorreram dentro do que antes fora o Império Carolíngio. Estas divisões fortalecem os senhores locais, contribuindo para a descentralização política que, somada a uma onda de invasões sobre a Europa, à partir do século IX (normandos, magiares e muçulmanos) contribuem para a cristalização do feudalismo.