Nas últimas décadas do século XVIII e nas primeiras do século XIX, uma nova tendência estética predominou nas criações dos artistas europeus. Trata-se do Academicismo ou Neoclassicismo, que expressou os valores próprios de uma nova e fortalecida burguesia, que assumiu a direção da sociedade europeia após a Revolução Francesa e principalmente com o império de Napoleão.
Esse estilo chamou-se Neoclassicismo por retomar os princípios da arte da Antiguidade greco-romana. A outra denominação - Academicismo - deveu-se ao fato de que as concepções artísticas do mundo greco-romano tornaram-se os conceitos básicos para o ensino das artes nas academias mantidas pelos governos europeus.
Os clássicos e as academias
De acordo com a tendência neoclássica, uma obra de arte só seria perfeitamente bela na medida em que imitasse não as formas da natureza, mas as que os artistas clássicos gregos e os renascentistas italianos já haviam criado. E esse trabalho de imitação só era possível por meio de um cuidadoso aprendizado das técnicas e convenções da arte clássica. Por essa razão, o convencionalismo e o tecnicismo reinaram nas academias de belas-artes até serem questionados pela arte moderna.
Arquitetura Neoclássica
Tanto nas construções civis quanto nas religiosas, a arquitetura neoclássica seguiu o modelo dos templos greco-romanos ou o das edificações do Renascimento italiano. Exemplos dessa arquitetura são a igreja de Santa Genoveva, transformada depois no Panteão Nacional, em Paris, e a Porta de Brandemburgo, em Berlim.
A pintura do Neoclassicismo
A pintura desse período foi inspirada principalmente na escultura clássica grega e na pintura renascentista italiana, sobretudo em Rafael, mestre inegável do equilíbrio da composição e da harmonia do colorido.
O maior representante da pintura neoclássica é sem dúvida, Jacques-Louis David (1748-1825). Ele nasceu em Paris e foi considerado o pintor da Revolução Francesa; mais tarde, tornou-se o pintor oficial do império de Napoleão.
Durante o governo de Napoleão, David registrou fatos históricos ligados à vida do imperador, entre os quais a sua coroação e a travessia dos Alpes.
Bonaparte atravessando os Alpes (1801) de Jacques-Louis David.
David sem dúvida, exerceu uma grande influência na pintura de seu tempo. Suas obras geralmente expressam um vibrante realismo, e algumas delas exprimem fortes emoções.
Já no século XIX, quando outras tendências artísticas marcavam fortemente os pintores da época, Jean Auguste Dominique Ingres (1780-1867) conservava uma acentuada influência neoclássica, herdada de seus mestres, sobretudo David, cujo ateliê frequentou em 1797.
Sua obra abrange, além de composições mitológicas e literárias, nus, retratos e paisagens, mas a crítica moderna vê nos retratos e nus o seu trabalho mais admirável. O retrato é visto com ausência de qualquer fantasia. As cores são poucas e os contornos nítidos. A pintura expressa a firmeza e a determinação do personagem que olha o observador diretamente.