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A ARTE COMO EXPRESSÃO POLÍTICA

Muitos artistas, como Tarsila do Amaral e Eugênio Sigaud, usaram a arte para expressar sua posição política e denunciar a vida massacrada pelos conflitos sociais, entre eles guerras e exclusões.

Observe o painel Guernica, do artista espanhol Pablo Picasso:

Pablo Picasso. Guernica, 1937. Óleo sobre tela, 349 cm × 776 cm. Museu Rainha Sofia, Madri, Espanha.

 

Em Guernica, o artista denunciou mortes, violência e tristeza causadas pela Guerra Civil Espanhola (1936-1939).

A Guerra Civil Espanhola, que levou Picasso a pintar esse mural, foi um dos acontecimentos mais traumáticos ocorridos antes da Segunda Guerra Mundial.

Em 1937, a cidade espanhola de Guernica vivenciou um confronto militar, comandado pela aviação alemã e por Adolf Hitler, aliado do ditador espanhol Francisco Franco.

Nesse ano, a população da cidade era estimada em 5 mil pessoas e, nessa ação, calcula-se que mais de 1,5 mil pessoas foram mortas.

Quando o governo da Segunda República espanhola no exílio encomendou a Picasso uma obra para uma exposição em Paris, em 1937, ele inspirou-se nesse massacre para denunciá-lo. Criou e recriou a obra de grandes dimensões em 34 dias, realizando 45 desenhos em que estudava a composição ou os detalhes da obra.

Picasso exibiu essa obra na França e pediu que ela fosse exposta na Espanha somente quando a ditadura terminasse e a democracia retornasse ao seu país, o que levou 44 anos para acontecer, em 1981.

LEITURA COMPLEMENTAR

Pablo Picasso nasceu em 25 de outubro de 1881 na cidade espanhola de Málaga.

Estudou na Escola Superior de Belas-Artes de Barcelona, estimulado por seu pai, que era professor de desenho.

Em 1897, foi para Madri e se inscreveu na Real Academia de Belas-Artes de São Fernando. Frequentava sempre o Museu do Prado, para copiar os grandes mestres.

Em 1900, Picasso fez sua primeira viagem a Paris, com seu amigo Carlos Casagemas, que se suicidou em 1901. Nesse ano, começou o Período Azul das suas pinturas, com tons frios de azul.

Em 1906, Picasso conheceu o artista Henri Matisse, que se tornou seu melhor amigo.

Em 1907, pintou Les demoiselles d'Avignon, a sua primeira obra cubista em que apresenta figuras numa simultaneidade de planos.

Apaixonou-se por Olga Koklova, uma bailarina. Casaram-se em 12 de julho de 1918. Quando Olga engravidou, criou uma série de pinturas de mães com filhos.

Em 1937, no auge da Guerra Civil Espanhola (1936-1939), pintou o mural Guernica, que mostra a violência e o massacre sofridos pela população da cidade de Guernica.

Entre o começo e o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), dedicou-se também à escultura, à gravação e à cerâmica.

Em 1943, Picasso conheceu a pintora Françoise Gilot e teve com ela dois filhos, Claude e Paloma.

Em 1968, aos 87 anos, produziu em sete meses uma série de 347 gravuras, recuperando os temas da juventude: o circo, as touradas, o teatro, as situações eróticas.

Durante a década de 1950 e a de 1960, pintou obras de arte de outros artistas famosos: O almoço na relva, de Édouard Manet, e As meninas, de Diego Velázquez, são exemplos desse período.

Entre suas obras podemos citar: Arlequim, A guitarra, Mendigos, O cego, A família Soler, O moço do cavalo, Mulher de verde e A alegria de viver.

Morreu em 1973 numa região perto de Cannes, na França.