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INTRODUÇÃO

Conceito

A voz pode ser definida como o som produzido pela passagem do ar pela laringe com o ar que sai dos pulmões

Segundo alguns pesquisadores, o envolvimento das crianças com o universo sonoro começa ainda antes do nascimento, pois na fase intra-uterina os bebês já convivem com um ambiente de sons provocados pelo corpo da mãe, como o sangue que flui nas veias, a respiração e a movimentação dos intestinos. A voz materna também constitui material sonoro especial e referência afetiva para eles.

O estudo e conhecimento do trato vocal infantil deve ser de grande interesse do educador musical infantil, uma vez que trata diretamente com crianças que estão em pleno desenvolvimento vocal.

Vemos muitos abusos vocais acontecendo nas escolas, por professores que, inconscientemente, conduzem mal o trabalho com o uso da voz, por desconhecerem o mecanismo fisiológico do aparelho vocal e, mais ainda, as questões especificas do trato vocal infantil, de acordo com COUTEIRO (2007).

Um dos principais abusos está no que diz respeito aos tons das canções, geralmente bem abaixo do ideal para o conforto e cuidado das vozes das crianças. Outro deles no que está relacionado à dinâmica, fazendo as crianças mais gritarem do que cantarem. As crianças por si só já cometem alguns dos chamados abusos vocais, posto que gritam demasiadamente, imitam vozes de monstros, fazem sons ruidosos, entre outros.

Para um trabalho mais cuidadoso e responsável é preciso, portanto, um estudo direcionado, como o que faremos aqui, evitando futuros distúrbios no aparelho vocal.

De acordo com BRITO (2003) "os cuidados envolvem tessitura apropriada à idade infantil, intervalos musicais curtos e fáceis; conteúdo do texto apropriado à faixa etária do grupo ou solista; peças que proporcionem acesso à cultura, dentre outros fatores” (apud COUTEIRO, 2007, p.8).

Refletir sobre as capacidades presentes em cada etapa do desenvolvimento infantil, bem como sobre as tantas conquistas, só tem razão de ser se respeitamos o processo único e singular de cada ser humano, e se consideramos que esse processo se dá na interação com o meio, num ambiente de amor, afeto e respeito.

Um trabalho pedagógico-musical deve se realizar em contextos educativos que entendam a música como processo contínuo de construção, que envolve perceber, sentir, experimentar, imitar, criar e refletir.

A Educação Infantil é a etapa em que a criança encontra-se na fase de conhecimentos e descobertas essenciais no processo de desenvolvimento, a área cognitiva, afetiva/social, linguística e psicomotora, são áreas importantíssimas que a música contribui para o seu desenvolvimento.

Os estímulos que a música proporciona como: senso ritmo, a audição, o despertar da sensibilidade, diferenciação de coisas e noções de ordenação no tempo e espaço, são necessários serem explorados desde cedo, para uma melhor aprendizagem e desenvolvimento.

As atividades de musicalização também favorecem a inclusão de crianças portadoras de necessidades especiais. Pelo seu caráter lúdico e de livre expressão, não apresentam pressões nem cobranças de resultados, são uma forma de aliviar e relaxar a criança, auxiliando na desinibição, contribuindo para o envolvimento social, despertando noções de respeito e consideração pelo outro, e abrindo espaço para outras aprendizagens