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ARTE AFRICANA

A origem da história da arte africana está situada muito antes da história registrada. A arte africana em rocha no Saara, em Níger, conserva entalhes de 6000 anos. As esculturas mais antigas conhecidas são dos Nok cultura da Nigéria, 500 d.C.. Junto com a África Subsariana, as artes culturais das tribos ocidentais, artefatos do Egito antigo, e artesanatos indígenas do sul também contribuíram grandemente para a arte africana. Muitas vezes, representando a abundância da natureza circundante, a arte foi muitas vezes interpretações abstratas de animais, vida vegetal, ou desenhos naturais e formas.

Métodos mais complexos de produção de arte foram desenvolvidos na África Subsaariana, por volta do século X, alguns dos mais notáveis avanços incluem o trabalho de bronze do Igbo Ukwu e a terracota e trabalhos em liga de metal e fundição em bronze e , muitas vezes ornamentados com marfim e pedras preciosas, tornou-se altamente prestigiado, em grande parte da África Ocidental, às vezes sendo limitado ao trabalho dos artesãos e identificado com a Família real, como aconteceu com os Bronzes do Benim. Na África, durante milênios, as pessoas têm criado e armazenado a arte para representar seus sistemas de crenças religiosas, para constar sua historia, para descrever os acontecimentos importantes de suas vidas e de suas comunidades ou para a decoração do entorno em que viviam a ornamentação pessoal e o embelezamento dos objetos cotidianos que utilizavam. O primeiro impacto da arte africana foi conhecido no mundo ocidental no final do século X, trazidos de Benin e da atual Nigéria. Entretanto, até ultima parte do século XIX, as obras africanas não tiveram interesse para o colecionador europeu, já que as consideravam como trabalhos manuais de tribos selvagens. Os colecionadores europeus reuniram amplas coleções de trabalhos manuais tribais dando importância ao seu conteúdo estético; mas importantes artistas, em princípios do século XIX, particularmente cubistas e expressionistas, se inspiraram naquela denominada arte tribal, especialmente nas mascaras. A arte africana é muito rica em histórias, mitos, crenças e filosofia dos habitantes. A riqueza desta arte tem fornecido matéria-prima e inspiração para vários movimentos artísticos contemporâneos da América e da Europa. Artistas do século XX admiraram a importância da abstração e do naturalismo na arte africana.

A história da arte africana remonta o período pré-histórico. As formas artísticas mais antigas são as pinturas e gravações em pedra de Tassili e Ennedi, na região do Saara (6000 AC ao século I da nossa era). Os africanos faziam seus objetos de arte utilizando diversos elementos da natureza. Faziam esculturas de marfim, máscaras entalhadas em madeira e ornamentos em ouro e bronze. Os temas retratados nas obras de traziam imagens do cotidiano. Eles esculpiam e pintavam mitos, animais da floresta, cenas das tradições, personagens do cotidiano etc. A arte africana foi especialmente estudada, descobrindo que o artista cria os objetos como espelhos da natureza, sendo uma analogia de imagens naturais; onde a força vital da natureza se entrelaça com o mistério do universo como experiência do homem fora do contexto tribal. 

A escultura que é a arte clássica dos povos de raça negra, tem servido como um meio mais obvio e natural para a expressão dos sentimentos e ideias destes povos. Para o artista africano, a arte tem a missão de tornar visível todo o mundo invisível das ideias. 
A arte africana chegou ao Brasil através dos escravos, que foram trazidos para cá pelos portugueses durante os períodos colonial e imperial.

 

A RAIZ AFRICANA E A RECRIAÇÃO AFRO-BRASILEIRA

Embora nascida a partir de uma funda raiz africana, a arte afro-brasileira teve um longo percurso de séculos que lhe possibilitou, não só uma visível autonomia, como uma criatividade própria. Ela percorreu uma trajetória de trocas, sobretudo com os europeus, no seio de um mundo escravocrata e católico que lhe acarretou perdas e ganhos, continuidade e mudança, sem, contudo, ter havido uma ruptura.

Essa arte permaneceu realimentada pela seiva africana que lhe inspira uma visão de mundo herdada do continente negro, mas sujeita a uma dinâmica proveniente da evolução da sociedade brasileira. Participou de tal modo na construção e desenvolvimento dessa sociedade que, pioneiramente, Gilberto Freyre considerou o negro como "um co-colonizador, apesar da sua condição de escravo". Após a Abolição ele continuou sofrendo uma enredada, mas pertinaz discriminação racial.