Até o início do século XVIII, as únicas formas encontradas pelo homem para conservar a imagem de uma paisagem ou pessoa era guardando-a na memória ou sendo retratada em tela por um pintor. Essa realidade mudou quando, na França, em 1826, o inventor Nicephóre Niepce conseguiu registrar uma paisagem sem pintá-la e demorou 14 horas para alcançar o feito. A imagem foi registrada com o auxílio de uma câmera escura numa placa de vidro.
O filme fotográfico só foi inventado em 1879, por Ferrier e aperfeiçoado pelo americano George Eastman. Algum tempo depois os irmãos Lumière criaram o cinematógrafo, que era uma câmera de filmar e projetar imagens em movimento. Com o cinematógrafo em mãos, os irmãos Lumière começaram a produzir seus filmes, cuja apresentação pública foi realizada pela primeira vez em 1895, na França. Para o público que assistiu ao filme aquilo era algo maravilhoso e surpreendente, pois até aquele momento a fotografia ainda era novidade. Foi pelo fato dos filmes não terem sons que surgiu a expressão “cinema mudo”, os atores falavam e em seguida surgia a legenda na tela. Um dos grandes destaques do cinema mudo foi Charles Chaplin.
O cinema com som surgiu em 1926, com o filme "The Jazz Singer", da Warner Brothers, recurso criado com o auxílio de um sistema de som Vitaphone, porém, o som do filme não era totalmente sincronizado. Somente em 1928, a Warner Brothers obteve sucesso com a sincronização entre o som e a cena, no filme “The Lights of New York". A partir desse momento o cinema passou por um processo de evolução até chegar aos dias atuais, com todo seu glamour e encantamento aliado à sofisticação e modernidade. Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, Hollywood não é o maior produtor de filmes! A Índia é a maior indústria cinematográfica atual com sua Bollywood, com filmes falados em hindi que fazem um grande sucesso na Ásia e em países onde existem expressivas comunidades de imigrantes indianos, como Reino Unido e Estados Unidos.
A Evolução do Cinema
O ato de tirar cópias das fitas cinematográficas possibilitou a implantação do cinema como arte dominante. Este fenômeno permite que o filme seja simultaneamente apresentado numa quantidade ilimitada de lugares para um público também ilimitado, ocasionando rápida e grande expansão do seu mercado mundial.
A impressão de realidade e a reprodução das cópias foram as principais características desta primeira fase do cinema, que permitiram fazer dele uma força de dominação ideológica e comercial.
A linguagem cinematográfica foi-se construindo aos poucos, e predominou a linguagem da ficção. O projeto, mesmo que implícito, era contar estórias. O primeiro passo foi a criação de estruturas narrativas e a relação com o espaço. O cinema só conseguia dizer acontece isto, acontece aquilo, depois, ouve um salto qualitativo: consegue dizer enquanto isso.
Outra evolução: a câmera deixou sua imobilidade e passou a explorar o espaço; ela desloca pelo espaço, recorta-o ou o fragmenta. A criação de uma linguagem própria para o cinema também foi primordial. Percebeu-se que era necessário desenvolver uma linguagem narrativa transparente e natural. Antes de ser assistido pelo público espectador, o cinema percorre uma longa trajetória como mercadoria, que deverá ter características que assegurem a série de operações necessárias até a compra do ingresso que possibilita o lucro. No início, o trabalho de um filme era feito por poucas pessoas, mas depois houve a fragmentação do trabalho, gerando um sistema industrial complexo, que, para continuar motivando o público, precisava apresentar novidades.
A partir da década de 50, a TV surgiu como grande veículo de massa e destronou o cinema. A reação dos produtores e diretores foi realizar filmes voltados para a situação social, rural, urbana, do pós-guerra. Saiu de cena o enredo de ficção tradicional e a linguagem foi simplificada, procurando captar e retratar o cotidiano. Surgem cinemas novos nos anos 60, relatando estilos mais fluentes como a vida cotidiana e os sentimentos humanos.