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O RECONHECIMENTO DA CULTURA E DA EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL DOS ESTUDANTES

É sabido que o perfil escolar do aluno mudou, esta mudança é fruto do novo meio cultural que este está inserido. Com o avanco da tecnologia, da informação, da ligação entre ideias o mundo ficou muito mais interessante de ser observado do que a simples aula conservadora passada por professores que adotam métodos antigos. Nesse cenário de mudança, vivido em uma era digitaliza, os alunos chegam tanto nas escolas, quanto nos ambientes de trabalho de uma forma diferenciada e pode-se comentar que os experientes na área e no ensino assustam com esta nova realidade.

Entendido este conceito sobre o indivíduo ser fruto do meio em que vive, pode-se relacionar a influência de equipamentos tecnológicos no cotidiano que estão impactando esta nova geração.

 

Percepção da Influência e da utilização das novas tecnologias no cotidiano

A contemporaneidade tem sido marcada cada vez mais pelo constante aprimoramento das novas tecnologias e das ciências tecnológicas em geral, tais transformações impactam diversos domínios da sociedade e, consequentemente, refletem a maneira como homens estruturam suas relações subjetivas.

Cantú (2005), afirma que a revolução tecnológica é um elemento essencial para se compreender a constituição da modernidade, uma vez que foram criadas diferentes formas de socialização, de identidade cultural e coletiva oriundas da tecnologia.

Pensando sobre a relação e a importância da presença do Outro como elemento tão fundamental para a constituição de uma consciência para-si, questionamos como podemos entender a constituição do sujeito pela presença do Outro? Mais ainda, como isso seria possível quando este Outro não é um ser humano, mas sim uma tecnologia virtual capaz de imitar a relação humana, como é o caso da “namorada virtual”?

São esses os questionamentos que pautam o interesse do presente estudo e, para tanto, partiremos da análise das relações virtuais presentes na obra cinematográfica intitulada “Her” (traduzida para o português sob o título: “Ela”), do diretor Spike Jonze, lançado em 2014 no Brasil, uma vez que o filme retrata a transposição das relações humanas para as máquinas, em especial à inteligência artificial e revela, por assim dizer, os limites e fragilidades dessa interação.

A trama acontece na cidade de Los Angeles num futuro próximo com uma fotografia futurista, limpa e organizada, repleta de prédios de alto padrão e tecnologias avançadas. As pessoas são apresentadas sempre conectadas  com  algum  dispositivo  tecnológico  de   alta interatividade sendo a tecnologia o background do cenário que permeia toda a narrativa. O enredo debruça-se sobre a história de Theodore, um escritor bastante solitário e introspectivo que adquire um novo sistema operacional movido por inteligência artificial, o interessante e surpreendente é que o protagonista passa a se apaixonar pela voz e pela maneira com a qual se relaciona com este sistema operacional e passa a seguir num relacionamento amoroso (namoro virtual) bastante incomum e curioso.

O interesse por este filme se justifica na medida em que ele apresenta a possibilidade de relações humanas com máquinas ou inteligências artificiais capazes de reproduzirem as relações humanas de uma maneira muito semelhante à realidade, garantindo aos usuários certa medida de controle e satisfação. Significa dizer, que diante de tal tecnologia, o ser humano passa a ocupar um lugar secundário nas relações interpessoais em detrimento da facilidade e liberdade que a tecnologia os impõe a priori.

Quando buscamos compreender o valor da tecnologia para o desenvolvimento do homem, Lévy (2000), afirma que a tecnologia não é má e nem boa, ela vai depender da maneira como vem sendo utilizada e da finalidade para a qual se destina, ao mesmo tempo, não é neutra devido ao caráter dialético que marca a relação humana com a tecnologia.

Alves (1968), também compartilha desta mesma visão quando acrescenta que a maneira como utilizamos da tecnologia é que define seu valor.

Ao observarmos a história do protagonista Theodore, quando dos seus primeiros contatos com o sistema operacional pelo qual vai se apaixonando ao longo do filme até considerá-la sua namorada virtual, verificamos que este apresenta relativo estranhamento pela capacidade intelectual e interesse que o sistema operacional lhe apresenta através de uma voz que se intitula “Samantha”. Sobre esse estranhamento, ao buscar compreender de que maneira o homem se humaniza, o filósofo francês Jean-Paul Sartre, dá uma significativa contribuição, principalmente quando aborda o conceito de consciência. Para o autor, é a própria consciência que é responsável pela revelação do Ser, ou seja, ela não cria o mundo apenas o constata, seria o mesmo que revelar as opiniões, juízos e pensamentos sobre as coisas. A consciência para se manifestar precisa afastar-se do objeto, par assim pensá-lo, caso contrário não haveria possibilidade de sua existência (Perdigão, 1995).

A consciência de Theodore capta os fenômenos que fazem parte das relações humanas por ele aprendidas e simbolizadas ao longo de sua vida, o estranhamento acontece quando, surpreendentemente o sistema operacional passa a reproduzir essas relações através de um mecanismo de inteligência artificial que interage através de conversas com o usuário, isso acontece de maneira tão parecida com as relações humanas que deixa Theodore confuso e curioso ao mesmo tempo. Na medida em que se relaciona com esta inteligência artificial, a consciência de Theodore passa a humanizá-la e considerar a relação com “Samantha” como se fosse uma pessoa real.

Segundo Sartre (1946/2012) para existirmos no mundo enquanto consciência, necessitamos da consciência do Outro. Não se trata apenas de conceber que o Outro existe, pois se assim fosse, estaríamos vendo o Outro apenas como objeto do mundo, mas precisamente o reconhecimento de sua própria consciência. Em outras palavras, esta é a condição humana, ou seja, uma predisposição ontológica da consciência de ser capaz de reconhecer o Outro enquanto sujeito.

Ainda sobre a presença do Outro, Schneider (2011) explica que sou eu quem faz com que o Outro exista para mim, faço-o objeto para mim, na mesma medida em que posso ser objeto para ele, eis o princípio da dialética.

Dessa forma, Samantha era capaz de reproduzir perguntas, estimular sentimentos, inserir dúvidas e manipular emoções humanas imitando o que acontece nas relações humanas, na medida em que Theodore interage com esta reprodução das vivências humanas ele se humaniza, sua consciência a reconhece como um ser humano, mesmo que não haja corpo, ou que seu contato seja virtual e isto basta para ele.

Schneider (2011, p.115) explica que o homem se humaniza na relação com sua materialidade, com seu corpo, com os outros, coma sociedade, com o tempo e tudo o que é capaz de se relacionar, esse processo dialético acontece por meio da “apropriação da objetividade, de interiorização da exterioridade, portanto só existe enquanto subjetividade objetivada.” Significa dizer que o homem ratifica seu lugar no mundo através de seus atos ou práxis, configurando sua maneira de ser.

Se o homem é mediado pelas coisas do mundo e sua consciência aparece na relação com tais elementos, que tipo de referências uma namorada virtual poderia garantir ao protagonista do filme?

Parece que Theodore percebe as relações virtuais, em especial com Samantha, como relações seguras, sem exigências, da qual necessita pouco desprendimento pessoal e disposição de feedbacks, já que não possui um ser com necessidades na outra ponta da relação. Do ponto de vista da interiorização da objetividade, faz mais sentido ao protagonista estabelecer um tipo de vínculo no qual não é cobrado pela sua ausência ou pela sua indisposição a se relacionar e dessa forma, sua consciência o lança ao estabelecimento de relações cujo maior interesse estaria reduzido ao recebimento do que Samantha poderia oferecer, como se precisasse extrair ao máximo o carinho e atenção que acredita receber da namorada, sem, contudo, necessitar doar-se para a manutenção da relação.

Essa noção pressupõe uma unilateralidade, na qual o foco estaria na satisfação da necessidade de um dos pares. Diante dessa condição, pode-se inferir que a presença do Outro começa a ser um entrave no estabelecimento de relações saudáveis, na medida em que este Outro apresenta demandas que não cabem numa perspectiva em que apenas um Eu precisa ser beneficiado.

Em suma, pode-se concluir que a tecnologia tem sido utilizada de forma cada vez mais crescente nos dias atuais, refletindo em novas configurações de relações sociais inclusive na possibilidade da relação virtualizada.

A tecnologia é uma ferramenta bastante facilitadora de diversas atividades ligadas ao cotidiano, portanto é fundamental para o homem reconhecer que tipo de relação vem estabelecendo com tal recurso. Percebe-se que, nos dias atuais faz-se um bom uso dela para aproximar pessoas distantes, mas quase que simultaneamente, usa-se de uma maneira nem sempre perceptível para afastar pessoas perto, o que vai refletir na qualidade das relações concretas e no prejuízo dos relacionamentos.

 

Relação entre sociologia e os cursos técnicos com oferta no DF

Após compreendido o novo modelo de aluno que a educação básica recebe, pode-se inferir que a sociologia permeia esse meio de ensino/aprendizagem. Uma prova desta relação se encontra nas escolas técnicas estabelecidas no DF.

Muitos de vocês podem se perguntar – Mas como assim professor? Te respondo, a sociologia estuda, entre outras espécies, o convívio da sociedade e a relação dos indivíduos com o mundo. A profissionalização do ser humano é de vital importância para o crescimento intelectual, profissional, gerando consequências em seu meio familiar, em sua conduta e em seu amadurecimento como indivíduo de uma sociedade, compondo os cidadãos do Distrito Federal.

Logo os cursos técnicos são uma excelente oportunidade para quem precisa competir no mercado de trabalho, uma vez que você pode se especializar em alguma área de conhecimento, e é esse o diferencial que o mundo atual pede. Mão de obra qualificada.